«Ainda persiste o estigma social sobre a Pessoa com deficiência», lamenta Carmo Munoz

Estudante de Comunicação na Universidade Católica Portuguesa trouxe aos responsáveis da catequese o seu percurso de fé

Carmo Munoz, disse ontem aos responsáveis da catequese que ainda “subsistem diversos entraves para a pessoas portadoras de deficiência”.

“Os entraves que encontro, na sua maioria, vem da sociedade, que considera, não poucas vezes, que alguém com a deficiência que eu sou portadora é incapaz e não é inteligente, ou que é um fardo, ou que incomoda e chateia os outros que são diferentes”, lamentou.

Após Carmo Diniz, responsável pelo Serviço Pastoral à Pessoa com Deficiência (SPPD), ter abordado o tema «A Catequese e as pessoas com deficiência», a estudante de comunicação social recordou o seu percurso “desde o batismo até ao crisma na minha paróquia”.

“O meu percurso foi normalíssimo. Sempre fui acolhida e aceite. Uns correm, outro pulam e eu ando de cadeira de rodas”, afirmou sorridente.

Lamentando as “barreiras físicas que subsistem” em tantas comunidades paroquiais, com destaque para “a existência de uma rampa ou de um elevador”.

Perante os entraves a jovem adulta afirmou não se calar e de gostar de fazer ouvir a sua voz.

“Eu tenho uma voz e adoro ser maçadora. Costumo dizer: Eu estou aqui sentada, mas sou um ser humano tal e qual como o Bernardo ou como qualquer um de vós”, desenvolveu.

Durante a última Jornada Mundial da Juventude, Lisboa 2023, a jovem comunicadora desenhou e realizou uma exposição na «Cidade da Alegria». Aí colaborou como voluntária no acolhimento durante este acontecimento que congregou em Lisboa ais de um milhão de meio de jovens.

“A minha história com a JMJ tem uma certa piada por que a Carmo [ndr: Diniz] ligou-me a perguntar se queria ser voluntária e eu fiquei estupefacta e disse-lhe: estou sentada, vou fazer o quê?”, gracejou.

Colaboradora assídua do SPPD Carmo Munoz diz ter percebido na JMJ o papel de Deus na sua vida.

“Na JMJ percebi que a minha relação com a fé, com Deus, é para toda a gente. Só é impedimento se a sociedade achar que o é! Tenho 21 anos, e não poucas vezes os outros falam-me e olham-me como se fosse um bebé. Nada temam”, completou.

Educris|07.07.2024



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