Espanha: O «Papel do professor na escola do futuro», em análise

Representantes portugueses marcaram presença nos trabalhos que analisaram o papel do professor numa educação para o serviço

«#Magister – educar para dar vida» foi tema do Congresso das Escolas Católicas que se realizou a 15 e 16 de novembro em Espanha.

Durante dois dias os professores, do país vizinho, refletiram acerca do “lugar e do papel do professor na educação atual e o desafio de ir além da simples transmissão de conteúdos”.

Presente na sessão inaugural o cardeal de Madrid, Carlos Osoro defendeu que uma escola só é verdadeiramente católica quando “acolhe todos como seres únicos e criados à imagem de Deus” e educa para a vida:

“As nossas escolas devem educar para a vida. Devem ser capazes de reconhecer e apreciar as diferenças na certeza de que nada é inoportuno, mas que é ao próximo que devo amar”, considerou.

Numa organização que contou com a participação de especialistas em “ciências da educação, sociólogos, filósofos, teólogos, diretores de estabelecimentos, professores, pais, responsáveis pela formação de professores”, num total de cerca de 2000 participantes, o presidente das Escuelas Catolicas, Juan Carlos Péres Godoy, apontou o encontro como um momento de mostrar que um docente “é mais do que a Wikipédia” e apelou às instituições a que “se mantenham fieis aos seus projetos educativos”.

“Os nossos professores devem ser mestres de vida para os alunos e não apenas transmissores de informação ou cumpridores de um currículo”, desejou.

Liberdade de Educação em Espanha em debate

Numa altura em quem se discute a Liberdade da Educação, um tema “quente” e que tem dividido o governo e a oposição parlamentar, a ministra que detém a pasta do setor educativo, Celaá,  garantiu que o atual “executivo não tem intenção de ir contra a escola concertada (NDR: escolas em que o estado comparticipa financeiramente) nem deseja “rever os acordos com a Santa Sé em matéria educativa”.

“As famílias nada tem que temer nesta questão pois temos 30 anos de gestão da educação e respeitamos a rede concertada e temos renegociado e atendido às suas necessidades melhor do que aqueles que nos precederam”, garantiu.

Ainda assim a oposição parlamentar, encabeçada pelo PP, Vox e Cuidadanos, querem ir mais longe e desejam “a implementação da liberdade de escolha para as famílias” como “está previsto na constituição”.

“A liberdade de educação é fundamental em democracia e está garantida pela constituição”, afirmou Pablo Casado, líder do PP espanhol no Twitter numa reação às palavras da Ministra da educação presente no Congresso.

  

Escolas católicas especialistas no sentido

Longe do tema da liberdade de educação, o Congresso das Escuelas Catolicas escutou Pedro Huerta, presidente da Fundação Educativa Santíssima Trindade, apelar à aposta numa escola transcendente.

“Devemos ajudar a dar um sentido a tudo o que fazemos e dizemos. Temos de sair do conforto dos autorreferenciais e educar para a intempérie. As nossas escolas devem ser especialistas no sentido”, apontou.

De Portugal esteve uma representação nacional constituída pelo diretor do diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), Fernando Moita e por Fernando Magalhães, Manuel Lourenço e Jorge Cotovio, da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC).

O XV Congresso das Escuelas Catolicas foi uma organização da Federação Espanha de religiosos do Ensino – Titulares de Centros Católicos (FERE-CECA)

Educris|17.11.2019



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