Escolas Católicas denunciam «tentação de educar num quadro ideológico fechado»
Malta recebeu reflexão de delegados de toda a europa que analisaram a «Liberdade de Educação»
A 94.ª Assembleia Geral do Comité Europeu do Ensino Católico (CEEC) analisou a questão da “Liberdade da Educação” em contexto europeu.
Durante dois dias os líderes das instituições de ensino católico fizeram o “balanço” do estado “da liberdade no sistema de ensino” e denunciaram o que consideram ser “uma tentação do estado de secularizar a sociedade o que levará à construção de uma realidade unívoca”.
“A Realidade das Escolas Católicas da Europa é bastante heterogénea. Temos situações de parcerias muito interessantes, mas vemos, com algum receio, o surgimento de um conjunto de políticas estatais que ao serem aplicadas vão impedir diferentes narrativas na sociedade”, denunciou Fernando Magalhães, presidente da Associação Portuguesa de Escola Católicas (APEC) ao EDUCRIS à margem do encontro.
Para o responsável a aposta “dos pais e dos alunos numa educação diferenciada” é “crescente por todo o continente” e diametralmente oposta ao que apelidou de “um ambiente de constrangimento à liberdade de educação” que também se sente em Portugal.
“Se olharmos para o modo como o estado geriu a questão dos contratos de associação e como olha para a existência de parceiros não estatais no ensino percebemos o que se está a passar”, denunciou.
Para o responsável é urgente uma reflexão aprofundada sobre o tema “da Liberdade da Educação” de forma a garantir, no futuro, a existência de narrativas sociais diferenciadas que se constituem “como um enriquecimento da sociedade e não um empobrecimento que será gerado pelo monopólio de um estado que deseja e obriga a aprendizagem dentro de um quadro ideológico comum”, sustenta.
Para lá das questões da “liberdade da Educação” a 94ª Assembleia Geral da CEEC apresentou um «projeto de Referencial de Formação para Diretores e Professores das escolas católicas na Europa» e debruçou-se sobre a convocatória do Papa Francisco para o «Pacto Educativo Global» que Roma vai receber em maio de 2020.
Durante os trabalhos foi, ainda, eleita a nova equipa executiva e respetiva presidência que passará a ser liderada pela associação Escuelas Católicas que assim sucede à congénere austríaca.
De Portugal, para além de Fernando Magalhães, da APEC, esteve presente Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã.