EMRC em Cabo Verde: Uma «oportunidade aos Valores», D. Arlindo Furtado (C/Áudio)

Disciplina vai ser implementada em Cabo Verde no presente ano letivo

O cardeal do Mindelo, D, Arlindo Furtado considera a integração da EMRC nas escolas um sinal claro da “reconciliação entre o Estado e a Igreja” de Cabo Verde.

Em declarações obtidas à margem da formação dos novos docentes da disciplina no território, o prelado sustentou o aparecimento da disciplina como um “contributo às famílias” e uma oportunidade de ajudar os cidadãos a crescer “conscientes de uma dignidade própria e capazes de agir na sociedade pelo bem comum”.

“A igreja oferece agora uma oportunidade à sociedade, que tanto se lamenta da falta de valores. Queremos ajudar a formar para o cuidado que devemos ter uns para com os outros e connosco mesmo, na atenção pela dignidade humana e pelo ambiente como espaço vital”.

Considerando que o aparecimento da EMRC “não pretende o proselitismo” D. Arlindo Furtado deu conta de “várias famílias de outras denominações religiosas que querem entrar nestas primeiras escolas onde aparece a EMRC”.

“A Igreja não faz proselitismo. A igreja transmite valores humanos e universais. Existem já famílias de outras tradições religiosas que querem os filhos nas escolas onde vai existir a EMRC pois esta é uma proposta de apoio à família que, tantas vezes, se sente desorientada”, explicitou.

O aparecimento da EMRC no território te como suporte legal a Lei de Liberdade Religiosa de Cabo Verde, de 16 de maio de 2014, que indica que as “escolas e comunidades e organizações religiosas reconhecidas” podem requerer o ensino da respetiva Educação Moral e Religiosa, de forma “opcional e não alternativa” de maneira semelhante ao que se passa no território português.

Para D. Arlindo Furtado “as diversas temáticas abordadas pela disciplina vão ajudar as pessoas a serem mais humanas e a verem os outros com olhos diferentes. Isto vai dar-nos uma maior consciência na responsabilidade na construção de um futuro mais adequado para cada um de nós”.

O prelado considera que o aparecimento da EMRC é um “revigorar do elo entre as famílias e a Igreja” e um “reaproximar da Igreja com o Estado que estava em rutura há muito tempo”.

Portugal de “mãos dadas” na formação dos novos docentes de EMRC

Presentes no território cinco professores portugueses da disciplina efetuaram, durante uma semana, uma formação especifica aos novos docentes do território.Fernando Moita, diretor do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), fez um “balanço muito positivo da ação formativa”.

“O balanço é muito positivo. Foi uma semana de trabalho muito motivadora motivador para a nossa ação de professores de EMRC. Permitiu uma grande troca de experiências e muito trabalho, intervenções e participações adequadas a um projeto bastante original”.

Para o novo diretor do SNEC a EMRC é, “antes de mais um contributo à educação. Quer ajudar os jovens a serem mais pessoas através da mensagem cristã. Interveniente se melhores cidadãos na comunidade”.

O responsável prometeu “dizer ‘presente’ a todos os desafios que a Igreja cabo-verdiana considerar necessários”.

“A Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) abraçou este desafio, desde o primeiro momento, não apenas no sentido de cooperação, mas de comunhão eclesial. Estamos prontos a colaborar na formação dos professores de EMRC sempre que nos for solicitado”, sustentou.

No ano letivo 2019/2020 a disciplina vai ser implementada em 13 escolas públicas cabo-verdianas. Em 2023 espera-se que se alargue a opção pela disciplina ao todo o sistema educativo estatal em Cabo-Verde.

Educris|23.09.2019






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