JNC2020: «Os Avós são memória viva da Transcendência», Helena Presas
Teóloga sustentou responsabilidade e oportunidade dos avós na transmissão da fé aos mais novos
Helena Presas, do centro paroquial do Campo Grande, em Lisboa, afirmou aos catequistas a importância da memória dos mais velhos na transmissão da fé dos netos.
“Os avós trazem consigo a perceção da memória no fio condutor da vida. Os mais velhos devem assumir para si mesmos o papel da transmissão, atualizando, trazendo ao presente a vivência do passado, com as palavras d passado a serem atualizadas a partir do Espirito que nos transforma e nos ajuda a discernir”.
Numa conferência subordinada ao tema «A memória na transmissão da fé: papel dos avós», Helena Presas sustentou que “todos os tempos são de grandes desafios e os atuais, requerem o estar atentos aos sinais dos tempos”.
Perante o aparecimento “da idade” a teóloga desafiou a sociedade a olhar para os avós com uma “reserva da memória” capazes de ajudar os mais novos a “aceder à Transcendência”.
“Os avós são memória viva da Transcendência e tem como missão, ajudar a construir, aos mais novos, os alicerces e a confiança na vida”.
Numa sociedade que considerou “utilitarista” por “descartar os mais velhos privando-os da sua própria autoestima”, Helena Presas considerou que os mais velhos são uma “autêntica reserva sapiencial da família, sociedade e da igreja”.
A também catequista do projeto «Despertar da Fé» pediu a criação de “grupos de conversa que permitam estender a catequese familiar aos avós e grupos de crescimento da fé para avós para que possam refletir a sua fé e a prática da mesma”.
Um dos desafios que hoje se colocam aos avós, numa “altura de muito saber e experiência acumulada” passa por “saber colocar-me no lugar do outro, o neto ou a neta, e a ajudar a criar zonas de interioridade onde o Espirito Santo possa atuar nos mais novos”, explicou.
“Isto faz-se com a narrativa de histórias, com a coerência de uma vida capaz de dizer Deus no gesto mais simples”, apontou.
Aos catequistas a teóloga propôs, como “papel dos avós”, diálogo com os netos nas áreas “do bem comum, da capacidade de refletir sobre si mesmo, e a natureza como descoberta do Divino”.
“Hoje gente não sabe refletir de si para consigo mesmo não metendo lá Deus. Vivem na balburdia e na presa das luzes múltiplas e os avós podem ser esse barco seguro onde se pode conversar”, apontou.
“A vantagem dos avos é que temos que lá, na realidade dos netos, para estar e provocar a experiência. Essa capacidade de transmitir um tesouro”, explicitou.