Açores: São Jorge inicia catequese com toda a Ouvidoria
300 crianças e jovens, acompanhados de cerca de 75 catequistas, marcaram presença na abertura do ano catequético
A Ouvidoria de São Jorge, na Diocese de Angra, iniciou, no passado sábado, as atividades catequéticas num dia “em conjunto e que foi em cheio”.
“Em boa hora o Serviço de Evangelização e Catequese da ilha de São Jorge resolveu fazer em conjunto este ano catequético e foi muito belo”, explica ao EDUCRIS o padre Dinis Silveira, ouvidor e pároco do Topo e Santo Antão e assistente do serviço.
Num momento em que os ecos da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos apontam para uma maior corresponsabilidade na Igreja o sacerdote rejeita “estarmos a fazer algo extraordinário” na ilha açoriana, e sustenta que é fundamental “dar o seu a seu dono”.
“Não fizemos nada de extraordinário aqui em São Jorge. O que temos feito é dar o seu a seu dono. Pôr as pessoas a trabalhar, de acordo com a sua condição e dando o que podem, sabem e devem dar à ilha. Não achamos estar a fazer nada de extraordinário e estamos unidos à igreja neste movimento. Estamos todos empenhados, cada um como seu carisma e com a responsabilidade própria do seu estado”, completa.
Recorde-se que o Serviço de Evangelização e Catequese da ilha de São Jorge tem, desde setembro passado, duas leigas - Ana Almeida e Paula Bettencourt- e uma religiosa na orientação dos trabalhos da Catequese na ilha.
O sacerdote, agora assistente do Serviço, estima que a catequese na ouvidoria envolva “cerca de 115 catequistas que acompanham 600 crianças e jovens”.
Já o padre Manuel António, antigo ouvidor, destaca a “recetividade das populações à mensagem cristã”.
“Temos níveis de participação eclesial muito assinaláveis numa ilha com pouca população. São, no geral pessoas assíduas à comunidade, às formações e que aceitam bem os desafios. É bom ver esta continuidade no trabalho que dá sentido eclesial à Igreja”.
Para o sacerdote o “colocar os leigos em lugares de liderança” é reflexo direto “das indicações do nosso bispo diocesano” e da reflexão da “assembleia de ilha”.
“Temos tido esta cultura de discernimento do que nos pede o Espírito Santo. Isso faz com que hoje tenhamos os leigos em todos os setores de Pastoral, cabendo-nos – aos padres – o papel que é nosso e é o de orientador espiritual. Acredito que seja o Espírito Santo a intuir-nos neste caminho que vem já bem descrito no Concilio Vaticano II. Estamos no bom caminho”, completa.
Na abertura do ano catequético estiveram presentes catequizandos e catequistas “de todos os centros catequéticos”, numa iniciativa marcada pela celebração da eucaristia, seguida de “várias atividades” que levaram os mais novos ao conhecimento de “três grandes figuras da Igreja”.
“Foram ateliers vocacionais que apresentaram o beato Carlo Acutis, Guido Schäffer e Clare Crockett”, avançou.
Os três jovens “influencers” católicos tem hoje os seus processos de beatificação entregues aos cuidados do Dicastério das Causas dos Santos, organismo da Santa Sé.
Novas atividades a caminho do Jubileu
Numa dinâmica pré-jubilar, a pastoral de São Jorge prepara já a abertura do Ano Santo da Esperança.
“Aqui em São Jorge teremos, no santuário diocesano do senhor Santo Cristo, na Caldeira, uma porta Santa que vai ser aberta a 29 de dezembro”, revela o padre Manuel António.
Num lugar “onde o silêncio e o contacto com a natureza marca quem o visita”, o Santuário vai acolher a iniciativa «Aldeia da Esperança».
“Esta iniciativa vai reunir centenas de jovens de toda a ilha, e mesmo do exterior, e quer ajudar os mais novos a uma experiência de oração e de comunidade ao estilo da comunidade ecuménica de Taizé”, revela.
Já no final do mês de outubro a pastoral de São Jorge dinamiza um “retiro para jovens crismados”, também no santuário diocesano da Caldeira.
“Contamos com uma adesão grande da juventude. Os mais novos procuram e temos de lhes ir dando propostas mais do que respostas prontas. Fazer caminho em conjunto para que se descubram e compreendam o seu lugar e papel na vida, na sociedade e na Igreja”, completa o sacerdote.