Fátima: A identidade cristã exige «não abandonar o próximo»

D. Américo Aguiar, bispo Auxiliar de Lisboa preside à Peregrinação de junho, em Fátima

“A pandemia, mais do que nunca, exige-nos a nossa identidade cristã: não podemos abandonar o nosso próximo”, afirmou esta noite D. Américo Aguiar.

No início de mais uma Peregrinação Internacional Aniversária, a primeira após o desconfinamento, o prelado lembrou que se “estamos juntos no combate a esta pandemia”, isso mesmo exige-nos que “transformemos a sua inevitabilidade numa oportunidade: que cada pessoa seja mais humana e os cristãos mais autênticos”.

“Nenhum de nós, crente ou não crente, pode dormir descansado se sabe que à sua beira existe uma família que passa fome! Os pobres não podem esperar”, apelou.

Na celebração da palavra a que presidiu, nesta noite do dia 12 de junho, o prelado sustentou que a pandemia “nos recorda da nossa identidade genética: somos frágeis e mortais”.

“A pandemia confirmou a nossa identidade social: já não pertencemos à nossa pequena comunidade local, mas somos membros de uma comunidade mundial interligada entre si. A pandemia potenciou até uma renovada identidade eclesial, uma Igreja mais doméstica, mais laical e capaz do digital", sustentou.

Durante a sua intervenção o bispo auxiliar de Lisboa fez memória das “14 obras de misericórdia que aprendemos com a nossa catequista na infância” e sustentou que é tempo de “aplicar uma delas. Dar de comer a quem tem fome”.

“O alimento é expressão mais básica da nossa cultura humana: é comprado pelo trabalho, é preparado para nos dar forças e é consumido na partilha da mesa. A falta de alimento significa quase sempre falta de emprego e as consequências estão à vista de todos”, lembrou.

Ser Cristão: Assunto de Amor mais do que doutrinal

Perante um “tempo de misericórdia”, que se quer, necessita e deseja, D. Américo Aguiar sustentou que o ser cristão nos dias de hoje passa “mais por uma `questão de amor´ do que `um assunto doutrinal”.

“O mandamento do amor é o único capaz de salvar a humanidade. Esta é a grande sabedoria que aprendemos nesta «escola do amor», que o colo de Nossa Senhora de Fátima tão bem nos ensina!”, afirmou.

Para o prelado “a grande atualidade da Mensagem de Fátima” encontra-se neste desafio constante de tomar consciência de que “Jesus precisa de cada um de nós” e que “cada um, com a sua história de vida, com as suas qualidades e fragilidades, com os seus projetos e sonhos, é precioso aos olhos de Jesus!”.

Educris|12.06.2020

Foto: Santuário de Fátima



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