CEP: Bispos reúnem-se em Assembleia Plenária para analisar o «pós-pandemia»

200ª Assembleia Plenária decorre até ao próximo dia 15 de abril em Fátima

Teve hoje início, em Fátima, a 200ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), a segunda em regime semipresencial, em virtude da “situação pandémica que vivemos”.

Os bispos portugueses vão procurar, até à próxima quinta-feira, retirar da pandemia aprendizagens trazidas por “esta difícil travessia da crise pandémica, a fim de encetar uma realidade mais humana e mais inspirada no projeto que nos apresenta o Evangelho para a Igreja e para o mundo ferido em que nos encontramos”, afirmou, no discurso de abertura, D. José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

O responsável recordou “a decisão difícil de fechar” as cerimónias religiosas ao culto publico e reafirmou a ideia que tal aconteceu “pelo sério compromisso para com a vida e o dever de impedir a transmissão do mal, em solidariedade com quantos se têm prodigalizado em dedicação aos que são mais atingidos por esta crise”.

D. José Ornelas reforçou a ideia de que a “atitude adotada pela Igreja em Portugal, desde o início da pandemia” foi a de “permanecer como espaço promotor de responsabilidade, solidariedade e esperança, próxima dos mais atingidos por esta crise que atinge o mundo inteiro, em diálogo com as autoridades competentes e fiéis ao Evangelho que encontra sempre modos de estar presente e atento, particularmente nas situações de maior sofrimento e fragilidade”.

Até quinta-feira os bispos de Portugal vão trabalhar sobre um novo documento para “o diaconado permanente” e analisar o motu proprio do Papa Francisco Spiritus domini, sobre a adaptação das igrejas a fim de dar uma “nova vitalidade e corresponsabilidade aos leigos, e concretamente às mulheres, na vida e na missão da Igreja”.

“Queremos que estes dois documentos não sejam apenas contributos isolados na organização da Igreja, mas exprimam, na linha da reflexão em curso no seio da CEP, um modo renovado de pensar o ser da Igreja como comunhão e missão, a partir da articulação de todos os carismas que o Espírito lhe concede, para prover ao seu crescimento e ser sal e fermento na transformação da sociedade através do anúncio credível do Reino de Deus”, apontou.

O presidente da CEP lembrou os dos documentos publicados pelo organismo que reúne os bispos portugueses, já durante a crise pandémica, e garantiu o seu aprofundamento durante as sessões.

Abordando a pandemia D. José Ornelas lembrou que esta “expôs a vulnerabilidade dos que são económica e socialmente mais frágeis, entre os quais se contam os sem abrigo, os desempregados e os imigrantes, mas igualmente setores empresariais e culturais”, e louvou o “o esforço das instituições públicas e privadas para atender a quem precisa”.

“Quero sublinhar, mais uma vez, o papel dos que diretamente têm cuidado dos que foram afetados pela crise, não só nos hospitais e outros serviços públicos, mas também nas casas de família e nos lares de idosos, muitos dos quais são instituições da Igreja, bem como o precioso contributo das comunidades eclesiais na ajuda próxima a quem carece de bens essenciais à vida”.

Na linha do Papa Francisco o prelado realçou a importância das vacinas, no combate à covid-19, e pediu que as mesmas sejam “um fator de coesão e real progresso e não venham agravar a discrepância entre pessoas e países com maior ou menor poder económico”.

Educris|12.04.2021



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