Papa reza pelos que «enterram os mortos em tempo de pandemia (C\vídeo)
Francisco chamou a atenção para o “mundanismo” que corrompe Igreja
“Oremos hoje pelas pessoas que se preocupam em enterrar os mortos nesta pandemia. É uma das obras de misericórdia – enterrar os mortos - e nunca é fácil. Oremos por eles, que arriscam a vida e podem ser contagiados”.
Na sua homilia o papa convidou os crentes a refletirem sobre “o que é o espírito do mundo?”.
“Que coisa é esta, a da mundanidade, capaz de odiar, de destruir Jesus e os seus discípulos, até mesmo de corromper a Igreja?”, questionou.
Para o papa o “mundanismo é uma cultura; é uma cultura do efémero, uma cultura da aparência, da maquilhagem, uma cultura "de hoje sim amanhã não, amanhã sim e hoje não". Tem valores superficiais. Uma cultura que não conhece a fidelidade, porque muda de acordo com as circunstâncias, negocia tudo. Esta é a cultura mundana, a cultura do mundanismo”, explicou.
Francisco considerou que “Jesus insiste em defender-nos disto” e “reza ao seu Pai para que nos defenda”.
“Esta é a cultura do descartável, de viver e agir de acordo com o que for conveniente. É uma cultura sem lealdade, não tem raízes. Mas é um modo de vida, também para muitos que se dizem cristãos. Eles são cristãos, mas são mundanos”, denunciou.
Referindo-se “às ervas” presentes na parábola “do semeador” o papa considerou que estas são “o próprio mundanismo” que se “mistura com a boa semente” e “escraviza” ao ponto de “odiar e matar o evangelho”.
“O mundanismo espiritual, é uma hermenêutica da vida. É um modo de vida também na maneira de viver o cristianismo. E para sobreviver odeia e mata o próprio evangelho”, denunciou.
O Mundanismo e o escândalo da Cruz
O papa recordou o “apostolo Paulo em Atenas” perante “um povo dito religioso” como o ateniense, para explicar que “o mundanismo não tolera o escândalo da cruz”.
“Ouviram Paulo até à morte de cruz. Depois foram embora escandalizados. O espírito do mundo não tolera a cruz e isso é o único remédio contra ele”, explicou.
Francisco convidou os fiéis “ao diálogo necessário com o mundo”, mas sem abdicar “daquilo que João chama, na sua primeira carta, ‘a vitoria’ que é a nossa fé em Cristo morto e ressuscitado”.
No final o papa rezou pedindo ao Espírito Santo “a graça de discernir entre mundanismo e evangelho” para que “não nos deixemos enganar” “pelo mundo que nos odeia como odiou Jesus”.