Ser Cristão Para Quê?

Timothy Radcliffe em “Ser cristão para quê?” fala-nos da atitude que o cristão, que vive em sociedade, deve ter, o seu agir, o modo de ser e de estar, comprometido com o mundo em que vive. A sua interpretação e argumentação a favor do Evangelho estão fundamentadas numa profunda compreensão da natureza humana, dos problemas e ansiedades dos homens e mulheres de hoje.

“Vimos de Deus e voltamos outra vez para Deus”. A nossa existência é temporal, fomos criados por Deus, à Sua imagem e semelhança e existimos nessa relação assumida.

O objetivo desta obra é “refletir sobre a diferença que a fé poderá representar na nossa maneira de viver”, acrescentando que a “Igreja é um lar para todos, especialmente para aqueles cujas vidas são um caos”.

Esta obra é mais do que uma reflexão, é uma obra testemunho, um percurso de vida sustentado por uma fé que se move no terreno do humano e do divino.

Timothy Radcliffe fala-nos da mudança de paradigma: “Mas o nosso mundo está num processo de profunda mudança. No Ocidente todos podemos ver os sinais do fim da Revolução Industrial /…/ Vive-se num mundo novo, que Zygmunt Bauman, das Universidades de Leeds e de Varsóvia, chama Modernidade Líquida” […] “A modernidade líquida está

fundada na mútua dependência de capital e consumidores, e a única coisa que o consumidor precisa é dinheiro”.

Timothy Radcliffe, quase ao modo de conclusão, considera que o sentido é oferecido pela Eucaristia. "A minha vida pode avançar em todas as direções, ser movida por diversas paixões e interesses, mas a Eucaristia dominical revela a única orientação constante da minha existência, o regresso a casa, em Deus.

O autor mostra como ser cristão é um destino, uma plenitude a conquistar no quotidiano da existência, de algum modo refundada à luz das novas preocupações de hoje e dos novos paradigmas.

Esta obra foi galardoada com o Prémio Michael Ramsey 2007 - para melhor obra teológica