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Mudar o país ou mudar corações? 8 Out. 2013
Lembrei-me de escrever acerca do tema que mais debate tem gerado no seio da sociedade portuguesa nos últimos dias – as dificuldades que atravessamos na conjuntura macroeconómica e financeira. Não quero aqui falar da “crise” nos seus aspectos técnicos, mas sim numa perspectiva mais pessoal.

Há dias, uma colega comentou comigo ter recebido um mail com a seguinte frase: “Em vez de perguntares o que deve mudar no país, já perguntaste o que deve mudar no teu coração?”. Disse-lhe que me parecia uma frase muito oportuna, mas continuei a conversa, que entretanto chamara já a atenção de vários colegas que estavam nas imediações, solicitando exemplos práticos de mudanças de coração que pudessem ajudar o país a ultrapassar a crise. O silêncio foi a resposta. Todos concordavam que a frase era muito oportuna, mas ninguém conseguia encontrar um exemplo da sua aplicação.

Divaguei um pouco para a questão dos valores que regem a nossa conduta diária, quer seja a nível da empresa, quer seja a nível pessoal. Perguntei quantas pessoas não aproveitam para ir jantar fora, com a família, quando sobra algum dinheiro ao fim do mês. A primeira reação foi dizer que isso não tem qualquer relação com o estado do país p...
O Extremo Poder dos Símbolos 30 Set. 2013
O extremo poder dos símbolos reside em que eles, além de concentrarem maior energia que o espectáculo difuso do acontecimento real, possuem a força expansiva suficiente para captar tão vasto espaço da realidade que a significação a extrair deles ganha a riqueza múltipla e multiplicadora da ambiguidade. Mover-se nos terrenos dos símbolos, com a devida atenção à subtileza e a certo rigor que pertence à imaginação de qualidade alta, é o que distingue o grande intérprete do pequeno movimentador de correntes de ar.

Herberto Helder, in 'Photomaton & Vox'
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Nota para não Escrever 29 Set. 2013
Se o conhecimento é uma forma de escrita, mesmo sem palavras, uma respiração calada, a narrativa que o silêncio faz de si mesmo, então não se deve escrever, nem mesmo admitindo que fazê-lo seria o reconhecimento do conhecimento. Pode escrever-se acerca do silêncio, porque é um modo de alcançá-lo, embora impertinente. Pode também escrever-se por asfixia, porque essa não é maneira de morrer. Pode escrever-se ainda por ilusão criminal: às vezes imagina-se que uma palavra conseguirá atingir mortalmente o mundo. A alegria de um assassinato enorme é legítima, se embebeda o espírito, libertando-o da melancolia da fraternidade universal. Mas se apesar de tudo se escrever, escreva-se sempre para estar só. A escrita afasta concretamente o mundo. Não é o melhor método, mas é um. Os outros requerem uma energia espiritual que suspeita do próprio uso da escrita, como a religiosidade suspeita da religião e o demonismo da demonologia. A escrita - inferior na ordem dos actos simbólicos - concilia-se mal com a metamorfose interior - finalidade e s&i...

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