CEP: Nova tradução da Bíblia quer contributos dos leitores

Edição da Conferência Episcopal Portuguesa vai ser apresentada em lisboa esta segunda-feira

Foi um trabalho que se iniciou em 2012 e que reuniu “34 tradutores e especialista” aquele que permitiu trazer aos leitores a nova tradução da Bíblia, um documento da responsabilidade da Conferencia Episcopal Portuguesa com edição e distribuição da Fundação Secretariado Nacional da Educação Cristã.

A presente edição pretende entrar em “diálogo com a cultura contemporânea a partir das línguas originais”.

“Temos de fazer uma tradução literal, mas não literalista, caso contrário torna-se incompreensível”, revela, D. Anacleto Oliveira, biblista e bispo de Viana do Castelo, que coordena a nova tradução da Bíblia em português, numa entrevista ao jornalista Octávio Carmo, que vai para o ar no Programa Ecclesia, este domingo, a partir das 06h00, na Antena 1.

Uma versão experimental que quer contributos dos leitores

Para já os leitores vão ter acesso aos «Quatro Evangelhos e Salmos», numa experiência pioneira em Portugal porque se pretendem reações da parte do leitor:

“É uma versão experimental e estamos à espera de reações. Tenho dito e continuo a dizer: o biblista deve ser muito humilde e aceitar outras opiniões”, sustenta D. Anacleto Oliveira, coordenador do projeto.

A apresentação desta tradução, experimental, pretende pedir “o contributo dos leitores portugueses”.

As sugestões que chegarem à CEP vão ser avaliadas pelas comissões responsáveis pela tradução.

“É uma espécie de orçamento participativo, na linguagem de hoje; na linguagem da Igreja, falaríamos de uma participação sinodal, todos os cristãos têm ocasião de apresentar propostas”, observa o bispo de Viana.

A ideia para uma nova tradução do texto Bíblico nasceu dentro da própria CEP como resposta a uma necessidade sentida, desde o Concilio Vaticano II, de ter um texto, a partir das línguas originais, para uso na liturgia, na catequese e nas demais atividades da Igreja:

“É uma Bíblia para uso dos cristãos, primariamente na Liturgia; em segundo lugar, em todas as outras atividades que nós dizemos formativas, como a catequese, a disciplina de EMRC – se um miúdo tem uma tradução e outro, ao lado, tem uma tradução diferente, isso cria uma confusão tremenda”, lembra o prelado na entrevista.

Uma nova linguagem para a realidade atual

A nova tradução traz novidades nas linguagens como é visível na “tradução do Pai-Nosso” onde Deus é tratado por ‘Tu’:

“Hoje, por norma, os filhos tratam o pai por ‘tu’, porque isso implica uma intimidade muito mais profunda; a exceção são os filhos que tratam os pais por senhor ou vossemecê, como se dizia no meu tempo. Até nisso, nós achamos que era importante evoluir. Posso dizer que foi uma decisão tomada, por votação, na Conferência Episcopal. Não foi de ânimo leve”, relata o D. Anacleto Oliveira.

A apresentação pública da edição da tradução de «Os Quatro Evangelhos e Salmos» está marcada para esta segunda-feira, pelas 11h00, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

Educris|23.03.2019

 



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