Comissão Nacional Justiça e Paz alerta para “injustiças claras” em momento de crise económica e pede “esforços partilhados”
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) denunciou hoje a imoralidade constante na possibilidade de atribuição de prémios aos gestores do Novo Banco em tempo de crise.
“Causa legítima perplexidade e escândalo a notícia de que um banco privado, cuja sobrevivência tem sido assegurada graças a avultados fundos estatais que acabam a onerar todos os contribuintes, contempla a possibilidade de vir a atribuir prémios de gestão que implicam uma ordem de grandeza de tal modo elevada que choca pela disparidade face à média das retribuições do trabalho em Portugal”, lê-se na nota enviada hoje ao EDUCRIS.
A organização pede “esforços partilhados” pelos que não “sofreram perdas com a crise” e apela à generosidade numa altura em que o “nosso país, como o mundo inteiro, se vê confrontado com uma crise económica e social de uma gravidade sem precedentes”.
Numa época de “desemprego, perda total ou muito substancial de rendimentos e privação da satisfação de necessidades básicas, como a alimentação” a CNPJ alerta para o agravar “das desigualdades” e lamenta que “quem mais sofra sejam os mais pobres”.
“Há que ter presente que nem tudo o que é legal é legítimo. E há que demonstrar que a responsabilidade social das empresas tem exigências de coerência e não pode confundir-se com um simples instrumento de promoção de imagem”, afirma.
A nota termina com a já celebre afirmação do Papa Francisco «estamos todos no mesmo barco e ninguém se salva sozinho».
Assim, sustentam, é fundamental “a coesão social, hoje mais do que nunca. Só a partilha equitativa dos esforços que nos são exigidos garante essa coesão", conclui a Comissão Nacional Justiça e Paz.
Educris|25.05.2020