Pelo menos sete cristãos foram detidos por motivos religiosos no Laos logo após as celebrações de Natal.
As detenções ocorreram no dia 29 de Dezembro na igreja de Nakanong, uma aldeia situada na província de Savannakhet, e envolveu a participação do chefe da polícia do distrito de Phin.
Segundo a ONG “Human Rights Watch for Laos Religion Freedom”, os agentes da autoridade invadiram o templo, prendendo três líderes da igreja cristã evangélica local, sob a acusação de que teriam organizado uma liturgia de Natal sem a devida autorização.
Mais tarde, os agentes da polícias teriam regressado à igreja para a detenção de quatro outros cristãos, tendo cortado o fornecimento de energia eléctrica ao edifício, destruído o sistema de som e apreendido pelo menos três telemóveis.
A referida ONG pede ao governo que cumpra a constituição do país, onde está consagrado o direito à liberdade religiosa, e exige a libertação imediata dos sete cristãos.
De facto, a liberdade religiosa e de crença está consagrada nas leis do Laos. A Constituição de 1991, revista em 2003, descreve detalhadamente os direitos das pessoas e a liberdade religiosa aparece em primeiro lugar na lista.
Na prática, porém, as atitudes das autoridades no que diz respeito especificamente a esta questão são semelhantes às do Vietname, país vizinho do Laos em que as organizações religiosas têm de solicitar a permissão das autoridades estatais para realizarem algumas actividades, pedidos que por vezes não são correspondidos de forma positiva.
No último Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, produzido pela Fundação AIS e divulgado em Lisboa em Novembro do ano passado, o Laos aparece classificado com um país em que a situação relativamente inalterada.
Ou seja, no período em análise, de Junho de 2016 a Junho de 2018, não houve uma alteração significativa dos episódios relativos à liberdade religiosa face ao período analisado no relatório anterior e que dizia respeito aos anos de 2014 a 2016.
Assim, a Fundação AIS indica que no Laos o governo continua a interferir nas actividades religiosas, criando dificuldades sobretudo aos grupos não registados, em particular os protestantes.
No Relatório da Ajuda à Igreja que Sofre, é enfatizado o facto de as “conversões religiosas” poderem ter consequências “especialmente problemáticas em regiões dominadas por animistas”.
Educris com AIS
18.01.2019