Síria: Novos ataques a bairros cristãos de Damasco

Igreja Síria deixa alertas para novos ataques aos bairros cristãos de Damasco numa altura em que a comunidade internacional volta atenções para Ghouta.

O Padre Andrzej Halemba, responsável pelos projetos da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) para o Médio Oriente dá conta desses ataques continuados contra o distrito cristão localizado na chamada “cidade velha” de Damasco, nomeadamente o bairro de Bab Tuma:

"A situação é muito séria. Os obuses continuam a cair. Os cristãos estão profundamente assustados. Falei recentemente com uma religiosa, que me disse que nem ela nem as suas irmãs podem sequer sair do centro da cidade, para ir aos bairros onde muitos cristãos e refugiados oriundos do leste de Ghouta estão abrigados, porque é muito perigoso. É uma situação horrível!".

O relato ocorre praticamente em simultâneo com o apelo do reitor do Oratório dos Salesianos de Damasco, Padre Mounir Hanachi, para que a comunidade internacional preste atenção ao que se está também a passar na capital síria. Segundo este sacerdote, cuja mensagem foi publicada pelo semanário diocesano de Macau, é necessário "quebrar o silêncio absoluto sobre a tragédia que o povo sírio está a viver, já sem falar na manipulação de informação por parte de variadíssimos órgãos de Comunicação Social do Ocidente".

Em sintonia com a declaração do Padre Halemba, o reitor do Oratório dos Salesianos assegura que muitos mísseis e morteiros estão a ser lançados para a capital, através de Ghouta, uma zona da periferia de Damasco controlada por grupos fundamentalistas islâmicos:

"Muitos mísseis estão a causar um grande número de mortes, de crianças e civis, e muitas escolas estão agora encerradas. Um cessar-fogo foi ordenado em Damasco. As pessoas e as crianças estão feridas de medo. Também nós, do Oratório Salesiano, suspendemos todas as actividades. Os jovens chegam geralmente ao Oratório de autocarro, mas é muito arriscado atravessarem a cidade desta maneira", aponta.

A agravar a presença jihadista às portas da capital, o Padre Halemba afirma que "ao sul de Damasco estão ainda unidades do auto-proclamado Estado islâmico". Perante toda esta situação catastrófica, a ajuda humanitária torna-se cada vez mais essencial.

Para a Fundação AIS, a Síria continua a ser um país prioritário, sendo fornecida ajuda de emergência às populações mais carenciadas, não só ao nível alimentar, mas também com medicamentos, roupa, assistência terapêutica e acompanhamento religioso

Educris|17.03.2018



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