Congo: Nunciatura denuncia mais de 3 mil mortos

Mais de 3 mil mortos, vinte aldeias completamente destruídas, dezenas de paróquias e escolas católicas fechadas. Este é o balanço trágico da violência que se tem feito sentir desde Outubro do ano passado na República Democrática do Congo.

Os dados foram revelados esta semana pela Nunciatura Apostólica deste país africano, sendo dado particular destaque aos danos causados às infra-estruturas da Igreja, com ataques sistemáticos a paróquias e escolas católicas, revela a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Segundo este relatório, a Igreja foi forçada a encerrar dezenas de paróquias e 141 escolas. O primeiro incidente grave foi registado a 13 de Outubro de 2016 com um ataque a uma paróquia.

Estes dados agora avançados pela Nunciatura Apostólica estão em linha, embora sejam mais conservadores, com o número de mortos estimado pela ONU. Enquanto as Nações Unidas já avançaram com “mais de 4 mil mortos”, os dados recolhidos pela Igreja Católica falam em 3.383 vítimas mortais. 

A maior parte dos incidentes violentos ocorreram na região do Kasai central e as estruturas da Igreja não foram poupadas. De acordo com o documento disponibilizado pela Nunciatura Apostólica, e divulgado na Imprensa local, “várias estruturas da Igreja foram danificadas ou fechadas , incluindo 50 paróquias, 34 centros religiosos, 31 centros de saúde, 141 escolas católicas e cinco seminários”.

Há relatos que apontam ainda para a existência de, pelo menos, três dezenas de valas comuns. Na origem destes incidentes estará uma revolta causada pela morte de um líder tradicional da região de Kasai, em Agosto do ano passado, durante uma operação militar, depois de ter iniciado uma revolta contra o poder central.

Calcula-se que esta onda de violência tenha provocado o deslocamento, também, de mais de 1 milhão de pessoas. 

Já em Março deste ano, o arcebispo de Kinshasa denunciou a “alarmante situação de segurança” em que se encontrava o país, com diversos ataques contra a Igreja, numa mensagem que enviou então à AIS.

O cardeal Laurent Monsengwo Pasinya mostrava-se muito “preocupado” e “indignado” pelo ataque que então ocorreu ao Seminário de Malole, tendo sido “incendiado” uma parte do edifício por grupos violentos que já tinham “semeado o terror entre as irmãs carmelitas” no Carmelo de Kananga.

Na mensagem, enviada em nome da Conferência Episcopal do Congo, o arcebispo referia precisamente que a Igreja estava a ser alvo de ataques deliberados, dando como exemplo a profanação da Paróquia de São Domingos, no Município de Limete.

Educris|23.06.2017

IMagem: Fundação AIS



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades