Haiti: Religiosa italiana assassinada em ataque armado

Papa Francisco evocou a memória da irmã Luisa Del'Orto conhecida como o "anjo das crianças de rua"

"Há 20 anos a irmã Luisa vivia lá dedicada acima de tudo ao serviço das crianças de rua. Confio a sua alma a Deus e rezo pelo povo haitiano, especialmente pelos pequenos, para que possam ter um futuro mais sereno, sem miséria e sem violência”, afirmou, no passado domingo, o papa Francisco logo após a rcitação do Ângelus.

Fazendo memória da irmã Luisa o papa recordou-a como alguém que "fez da sua vida um dom para os outros, até ao martírio”. O Papa Francisco lembrou a irmã, o exemplo da sua vida, a dedicação aos outros, e falou em “martírio”.

Perto de completar 65 anos, que celebraria ontem, a religiosa foi assassinada no passado sábado, dia 25 de junho, na sequência de um ataque armado, na capital do Haiti, Port-au-Prince. A religiosa italiana pertencia às “Irmãzinhas do Evangelho”, e era conhecida como o “anjo das crianças de rua”, trabalhando no país mais pobre da região há já duas décadas. Os relatos afirmam que Luisa foi ferida com gravidade, tendo sido transportada de urgência para o hospital Bernard Mevs, onde acabou por falecer.

Já hoje o portal de notícias do Vaticano, citando a comunidade religiosa à qual pertencia, apelidou Luisa como "um pilar" do trabalho que as religiosas desenvolviam no Haiti, especialmente junto das crianças de rua. Inspirada em Charles de Focauld, esta comunidade desenvolve a sua missão nos arredores da capital haitiana onde são acolhidas as crianças desamparadas. O espaço, a Casa Carlo [Kay Chal], construída com o apoio, entre outras entidades, da Caritas de Itália, “é um espaço seguro para centenas de crianças deste bairro muito pobre da periferia de Port-au-Prince”.

A irmã Luisa foi a grande dinamizadora desta casa e desta missão junto das crianças de rua, especialmente após o grande terramoto de 2010, que obrigou à reconstrução das instalações. No Haiti, as “Irmãzinhas do Evangelho” são também responsáveis por uma escola primária e uma cooperativa de bordados para mulheres. A escola é frequentada por cerca de 300 crianças e adolescentes.

Antes do Haiti, a Irmã Luisa Dell’Orto tinha estado em missão em África, passando pelos Camarões, onde chegou a viver com uma comunidade de pigmeus, e também em Madagáscar.

O assassinato desta religiosa volta a relançar a questão da insegurança no Haiti, que é o país mais pobre da América Latina e uma das nações menos desenvolvidas do mundo. Anda em Abril, no dia 28, o Haiti sobressaltou-se com a notícia do rapto de um sacerdote nos arredores da capital.

Educris|28.06.2022



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades