Missionário jesuíta relata experiência de cinco anos no território
Paulo Teia, sacerdote jesuíta, acaba de lançar a obra «Ana Amasiye». A expressão, na língua chewa significa "crianças órfãs", mas o padre português explica que o livro “não é sobre órfãos mas sobre a ‘orfandade’, sobre a carência generalizada de um laço fundamental de mútuo cuidado, de compaixão social”, aponta em comunicado hoje ao EDUCRIS.
Lançado pela Editorial Frente e Verso, novo livro “é fruto das vivências do autor, ao longo de cinco anos, como missionário em Moçambique”.
“Fui acolhido como ‘hóspede’ por um povo terno, paciente, contido e que me permitiu fazer a experiência de chegar, de me tornar cidadão residente, um amigo, benfeitor, pai”, aponta.
Ao longo do tempo o “hospede” tornou-se família, vítima, testemunha de uma deriva, de um sôfrego silenciado, de uma condição de carência fundamental. Perfilharam-no como “órfão entre órfãos”, explicita a nota.
«Ana Amasiye» está organizado segundo três entradas de leitura, sem ordem fixa. A primeira — "Da Misericórdia" – dedicada ao antídoto da carência que afeta o "órfão". A segunda – "Dos Elementos" – evidencia os elementos que constroem vida e sem os quais há morte: Água, Terra, Fogo e Ar. Quatro elementos... quatro estações... quatro lados de uma mesma figura. A terceira – "Dos Afetos" – um poema que é recolha de afetos e dizeres que apenas o coração conhece.
“Estas três partes confluem num desdobrável que migra do livro e se faz peregrino. Torna-se insistência, um bater de porta em porta, tormento ao olhar adormecido, colo que o acolha”, explica o autor.
A obra conta com 76 páginas e está à venda na livraria do Apostolado de Oração.
Educris|09.04.2021
Imagem: @Paulo Teia, sj