Secretariado Nacional da Educação Cristã acompanha implementação da disciplina no arquipélago de cabo-verdiano.
Cinco professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) encontram-se, desde ontem, a orientar uma formação para cerca de 30 candidatos à lecionação da disciplina no arquipélago.
A EMRC vai ser implementada neste ano letivo em 13 escolas públicas cabo-verdianas, num projeto-piloto que vai ser alargado, gradualmente, a todas as escolas de Cabo Verde.
“É-nos dada uma oportunidade de sabermos dizer quem somos, de forma articulada, às crianças. É um desafio para nós. Nós vamos abraçar com entusiasmo este desafio”, disse ao jornalista Paulo Rocha o padre João Augusto Martins, vigário-geral da Diocese de Santiago e conselheiro espiritual para a implementação da disciplina EMRC em Cabo Verde.
A Lei de Liberdade Religiosa de Cabo Verde, de 16 de maio de 2014, indica-se que as “escolas e comunidades e organizações religiosas reconhecidas” podem requerer o ensino da respetiva Educação Moral e Religiosa, de forma “opcional e não alternativa” de maneira semelhante ao que se passa no território português.
Para Fernando Moita, diretor do SNEC, que acompanha os docentes portugueses, este é um momento “de alegria e comoção” e que o tempo em Cabo Verde “é de aprendizagem para os docentes portugueses” pois os novos docentes “trazem o ímpeto de quem começa um projeto que ajuda a escola a cumprir a sua tarefa e a sua missão”.
“Acreditamos que a Escola é mais escola, mais humana com a EMRC. A Escola aponta para um futuro melhor e dá sentido, e sentidos às nossas crianças, adolescentes e jovens”.
Na sessão de abertura dos trabalhos o diretor do SNEC agradeceu o “acolhimento recebido” e mostrou-se grato “pela oportunidade de vir a Cabo Verde aprender convosco” e pediu aos novos docentes para “assumirem na sua vida o amago da disciplina” que passa por “nenhuma criança, connosco, ficar na mesma. Por isso nos dedicamos ao estudo e planificação. Temos que saber muito de muitas coisas por que lidamos com o todo humano”, explicitou.
Fernando Moita lembrou “que na aula de EMRC nenhuma pergunta é descabida” e que o “diálogo com a cultura é vital para a construção de um conhecimento válido para uma sociedade mais justa e mais humana”.
Educris|09.09.2019