Porto: «Dizer a fé com as novas linguagens da arte»

Especialista apresentou os desafios da arte no religioso atual perante cerca de 200 professores de EMRC do Porto

«A qualidade da vida em Cristo na experiência do espaço da renovada igreja da Cedofeita» foi o tema da conferência do padre Joaquim Félix, docente da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP), em Braga e responsável pela planificação teológica e litúrgica do espaço da renovada igreja de Cedofeita, no Porto.

Aos professores, e perante uma intervenção “arrojada do ponto de vista da estética e da imagética”, o especialista começou por situar a intervenção nas Igrejas na atualidade dentro do “contexto do movimento da reforma litúrgica que culminou com o Concílio Vaticano II”.

O padre Joaquim Félix afirmou que “o modo como construirmos as nossas Igrejas constituirá, por excelência, o modo como viveremos a nossa fé como comunidade”:

“Não é irrelevante o modo como construímos os espaços litúrgicos e o modo como ocupamos o espaço litúrgico”.

Renovar uma Igreja: Do GPS à bússola e o respeito pelo evangelizado

Consciente “de que não existem GPS para uma renovação deste género, mas apenas Bússolas que nos guiam” o docente da UCP, Braga, lembrou a importância de “seguirmos, a par e passo, a instrução do missal romano que nos apresenta os princípios gerais para a construção das Igrejas e para a Eucaristia” e estudarmos “a igreja primitiva e o modo como ali se dizia, rezava, e pensava, a fé”:

“A intervenção no espaço litúrgico deve ter em consideração a época para que a Encarnação se comunique na carne e no espírito. Como nos diz o Papa Francisco é preciso ter «coragem para encontrar uma nova carne para a transmissão da palavra», reforçou.

Lugares e espaços sagrados

Um batistério no início da Igreja, “invadido de luz” e lugar central ocupado pelo “ambão”, como lugar por excelência da palavra”, marcam uma igreja que pretende ser “uma tenda” e recordar a igreja como povo peregrino”. Também o altar, “Esculpido a partir de uma pedra com vários milhares de anos e cravejada de cristais naturais” recorda “o altar do sacrifício de Abraão e a dádiva suprema de Jesus”.

Também a “presidência” desceu para juntos da assembleia “pois a mesma não deve ser um trono”, à maneira medieval, mas “assinalada como continuação da assembleia e parte dela”.

Todas estas alterações pretenderam “melhorar aa participação dos fiéis. Por isso a Igreja admite novas formas de arte e dialoga com os artistas para a criação de novas formas para o hoje da participação dos fiéis”:

“Temos de ter coragem e manter os outros sempre no horizonte. Mesmo em formas de arte que pareçam estranhas ao evangelizador. Estas mesmas formas tornam-se sensíveis ao evangelizado”.

A formação foi promovida pelo Secretariado Diocesano do Ensino Religioso nas Escolas (SDEIE) da diocese do Porto.

Educris|27.01.2019

 



Recursos:
Áudio:«A qualidade da vida em Cristo na experiência do espaço da renovada igreja da Cedofeita»:
Áudio:«A qualidade da vida em Cristo na experiência do espaço da renovada igreja da Cedofeita»

Joaquim Félix, da Universidade Católica Portuguesa, apresenta aos docente um roteiro teólogico a artistico da renovada Igreja da Cedofeita, no Porto. 



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