Viseu: EMRC é lugar «fundamental para tornar os adolescentes agentes de cultura»

Sociólogo Alfredo Teixeira refletiu o tema «As novas adolescências: os quadros socio-simbólicos da experiência crente».

Ao Educris o docente da Universidade católica apontou a necessidade de “se olhar com atenção para a adolescência” já não “de um ponto de vista meramente clinico onde, por vezes, foi considerada como uma etapa confusa e desorganizada onde era necessário intervir”:

“As ciências humanas, nos últimos anos, mudaram o olhar sobre a adolescência, ou sobre as adolescências. Os adolescentes criam o mundo, são agentes, de tal modo que se tornam uma cultura”, apontou.

Para Alfredo Teixeira as “novas adolescências” devem ser olhadas como “cultura” e a educação “tem de ter isso em consideração na sua ação pedagógica”:

“A escola tende hoje a nivelar estas experiências, em particular no secundário, porque pensado na logica pré-universitária com metas que esvaziam a experiência dos próprios adolescentes”.

EMRC no Secundário: oportunidade para valorizar autonomia e a cultura adolescente

O investigador apontou a frequência da disciplina no ensino secundário como uma mais-valia para as adolescências porque é um “lugar onde os adolescentes podem dizer algo sobre si” e a sociedade pode olhar “para eles como interlocutores de uma cultura e valorizar a sua autonomia”.

Perante a erosão dos números de inscrições no ensino secundário em algumas regiões do país Alfredo Teixeira considerou que este “não é um problema para a Igreja mas um problema para a sociedade porque esta experiência não está a acontecer neste ciclo” como seria expetável e desejável:

“No secundário a disciplina tem um valor intersticial na própria escola porque se constitui, talvez como a única disciplina onde os adolescentes poderiam tornar a sua própria vida presente na escola. Hoje eles são esmagados com estratégias de que são objeto e a possibilidade da escola ser deles também e das suas próprias experiências serem consideradas está muito limitada, concluiu.

O II Encontro (inter) diocesano para docentes de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) destina-se aos docentes que lecionam nas diocese de Aveiro, Guarda, Lamego e Viseu e é uma parceria entre o Secretariado Nacional da Educação Cristã e os Secretariados Diocesanos de EMRC.

 

Educris|27.01.2018

 

 



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