Lisboa: Início de ano aponta desafio a «celebrar a vida»

Centena e meia de docentes de EMRC do Patriarcado de Lisboa realizaram ontem tradicional reunião geral em inicio de novo ano.

Organizada pelo Secretariado Diocesano do Ensino Religioso Escolar (SDER) a iniciativa teve lugar no Colégio Nossa Senhora da Boa Nova, no Estoril e apresentou o plano anual de atividades deste organismo aos docentes de EMRC.

“Este ano escolhemos o tema «Celebrar a vida!» porque vai de encontro ao tema da diocese de Lisboa que reflete a liturgia. Ora a liturgia é, antes de mais, uma celebração de vida”, afirmou aos professores o padre Paulo Malícia, diretor do SDER.

“Na escola temos de ser testemunhas da vida, celebrá-la e agradece-la a partir do próprio programa da disciplina”, desafiou o responsável.

Para o padre Paulo Malícia a EMRC pode ser contributo decisivo, em contexto escolar, para ajudar “os alunos a olharem e a lerem o mundo à sua volta construindo o seu próprio projeto de vida” pois a “escola não pode mais continuar a formar doutores sem se preocupar com a Pessoa”, sustentou.

Após as palavras iniciais do responsável de Lisboa pelo setor os docentes de EMRC do patriarcado escutaram Fátima Nunes, docente da equipa nacional da EMRC no SNEC, apresentar alguns dados estatísticos da frequência da disciplina na diocese lisboeta.

Os desafios da EMRC em Lisboa

Perante a apresentação dos dados o padre Paulo Malícia fez uma leitura dos mesmos mostrando-se satisfeito com o “atual quadro legal” que sustenta a disciplina e que “tem feito aparecer uma nova realidade com escola fortes, com mais do que um professor e muitos alunos e outras escolas onde tendo poucas horas não se consegue colocar professores em oferta de escola”.

Para o responsável do SDER o número elevado de docentes que conseguiu “vínculo permanente em quadro de escola e de agrupamento” é um motivo de esperança para a EMRC na diocese.

“Hoje temos uma realidade a duas velocidades. Por um lado, escolas muito fortes com grande número de alunos, por outro o professor de nomeação não definitiva tem mais dificuldade de construir escola porque na EMRC o trabalho de continuidade é fundamental”, afirmou.

O responsável alertou para o facto de “nem tudo ser positivo no novo modelo” e afirmou a convicção que “este modelo torna a nossa missão menos comunitária”:

“A escola abrange-nos tanto que deixámos de estar mais tempo juntos. Precisamos de recuperar esse sentido comunitário de missão. Precisamos de buscar novas formas de nos encontrar”, desafiou.

Atividades do SDER para o ano «Celebrar a Vida!»

Paula Silva, membro do SDER, apresentou aos professores as atividades constantes do Plano anual para o presente ano letivo. Para além do XXI Interescolas Diocesano em Fátima, que vai decorrer a 2 de abril, o SDER promove a “2ª edição do Concurso «Vida em Imagens».

Das propostas destaque para a “Formação creditada: flexibilidade e integração curricular”, em parceria com o Centro de Formação Escolas António Sérgio, e uma formação na Universidade Católica Portuguesa, com data ainda a agendar, sobre o tema anual proposto pelo SDER.

Em janeiro, dia 4 de janeiro, os docentes de Lisboa voltam a encontrar-se no tradicional «jantar de Reis».

A manhã de encontro terminou com a celebração da eucaristia na Igreja de Nossa Senhora da Boa nova.

Paixão, sabedoria e esperança

Na sua homilia o padre Paulo Malícia recordou a missão dos doze, e a dimensão do testemunho” como fundamental no trabalho dos professores de EMRC na escola:

“O senhor convida-nos a darmos testemunho de! Que testemunho damos como cristãos? A Igreja começou com doze, não havia internet nem aviões! Ao fim de 50 anos trespassou todo o império romano! Num espaço de 100 anos estava em toda a Europa! A boa nova chegou a todo o lado a partir daquele testemunho”, apontou.

“Existe uma dimensão da fé cristã e da transmissão que passa pelo testemunho”.

O padre Paulo Malicia pediu aos docentes para “viverem apaixonados pelo seu trabalho e apontou o exemplo do apostolo Paulo para um itinerário com sentido na escola:

“São Paulo, que viveu esta paixão, passa do ódio à paixão, deixa- nos três ideias chave: Espírito de sabedoria- homens e mulheres cheios de sabedoria do coração! Professores que sabem o que Deus tem para nos dizer no mundo, nos alunos que nos são dados sob pena de sem ela sermos papagaios que já ninguém ouve! Temos que discernir caminhos para fazer pontes!

Temos de se homens e mulheres de coração iluminado e de esperança! Nas escolas somos, não poucas vezes, o último reduto da esperança. Em

Hebraico Elfis, a esperança diz-se corda! Para o crente a corda do cristão é estar agarrado a Deus! Uma esperança cheia de eternidade! Sede homens e mulheres de esperança”.

“Se deixamos de ter o coração pacificado, de ter a sabedoria das pontes e homens de esperança não seremos nada”, concluiu.

Educris|21.10.2018



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