Fabrizia Raguso: EMRC deve «despertar da criatividade nos mais novos»

Psicóloga explicou os processos de aprendizagem no 1º ciclo e apresentou estratégias pedagógicas para o ensino do religioso num novo contexto sociológico.

Na conferência «Desenvolvimento sócio-moral e religioso na infância» a docente da Universidade Católica explicou as “diversas teorias de aprendizagem” que hoje aparecem nas escolas “com novas dinâmicas e assentes nas múltiplas inteligências e com dados concretos do desenvolvimento dos mais novos”.

Fabrizia Raguso apresentou, às mais de duas centenas de docentes reunidos em Braga, várias “dinâmicas de ensino aprendizagem que partem da relação pessoal com o aluno para tornar o apreendido significativo e significante”:

“Os jogos simbólicos, o teatralizar determinada circunstância, o colocar o aluno no mundo do ‘faz de conta’ tendo de assumir o pensar/sentir/agir do outro” são ferramentas “com intencionalidade pedagógica para a EMRC em sala de aula”, explicou.

A docente lembrou que “a disciplina tem uma potencialidade única que reside no facto de estar liberta de currículos fechados que tolhem a criatividade das crianças, e, por isso, não permitem o desenvolvimento da criatividade fundamental nestas idades:

“Se existe uma potencialidade na disciplina é a de estar ao serviço da criatividade e do despertar a criatividade própria das crianças. Ao estar liberta de currículos e da necessidade de alcançar metas abstratas a EMRC tem a possibilidade de partir da experiência das próprias crianças, do que vivem e perguntam, ou as que deixaram de ter por causa de relações afetivas complexas não lhe permitem ter capacidade de as colocar para introduzir novas questões mais fundamentadas e não ficar refém do processo dedutivo”.

Para a docente da UCP o grande desafio passa por ganhar “consciência da finalidade das nossas ações pois a criatividade não prescinde da intencionalidade”, apontou.

Olhando para as profundas mutações da sociedade pós-moderna, e sem pretender “fazer dos professores de EMRC psicólogos improvisados nas escolas”, Fabrizia Raguso convidou os docentes a “usar alguns dos conteúdos da disciplina nesta fase para ajudar os alunos a interiorizarem a sua experiência e a compreenderem melhor a sua vida”:

“No 1º ciclo a EMRC apresenta à reflexão temas como a ‘questão do perdão’ ou a ‘solidariedade’. Ambos, e ainda outros, podem ajudar os nossos alunos no trabalho entre pares e com os adultos perante um quadro social onde as novas formas de família, o desequilibro dos relacionamentos podem provocar dificuldades várias na criança e na sua aprendizagem do outro, de si e do transcendente”.

Abordar o Transcendente a partir da experiência individual do aluno

Apresentando a EMRC uma “visão religiosa da vida”, a docente da UCP alertou para a necessidade de “respeitar sempre cada aluno na sua diversidade e no seu estádio de desenvolvimento sociomoral”:

“Não podemos, nem devemos, em contexto de sala de aula fazer a experiência do religioso cristão no sentido de oração. Temos uma diversidade enorme de pessoas em sala de aula. Temos sim de ir ao encontro dos alunos. Que religiosidade expressam os nossos alunos? Tem uma ideia do divino na dinâmica de ‘compra e venda tipica’ desta idade?”.

Fabrizia Raguso deixou o apelo:

“Deixem, no 1º ciclo, cada aluno expressar esta relação pessoal com o transcendente sem querer logo corrigir. Habituar apropria criança a relacionar-se com o divino sem uma forma codificada é importante para que se torne co-natural e, mesmo após a racionalização da vida e as dúvidas existenciais próprias de cada idade, se mantenha uma fidelidade à maneira de Job. Mesmo nas adversidades Job não abandona a relação com Deus por umas quantas conceções do transcendente teóricas e inócuas.

Educris|03.03.2018

 

 



Recursos:
Áudio: «Desenvolvimento sócio-moral e religioso na infância»

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Formações (inter) diocesanas refletem sobre 1º ciclo e Secundário:


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