Coimbra: Docentes desafiados a entrarem «nas novas culturas» dentro das escolas

5ª edição da Formação (inter) Diocesana analisou a presença e os desafios da disciplina no 1º ciclo e no ensino secundário.

O centro Justiça e Paz, em Coimbra, acolheu a iniciativa que reuniu mais de uma centena de docentes de EMRC de cinco dioceses do centro do país.

Fernando Moita, coordenador da disciplina no Secretariado Nacional da Educação Cristã, lembrou as exigências que se levantam aos docentes na lecionação da disciplina e desafiou os professores a serem “presença viva na escola”:

“Hoje temos novos desafios na EMRC fruto da entrada da disciplina no currículo no 1º ciclo do ensino básico e na necessidade de nos formarmos com maior profundidade em pedagogias ativas e no contacto com os alunos”.

Para o responsável é “fundamental ‘estar na escola’, ser competente e profissional na abordagem pedagógica tendo em conta a realidade dos alunos e das aprendizagens essenciais da disciplina nos vários ciclos”.

Especialistas abordam lugar do ensino do religioso no 1º ciclo e Secundário

Fabrizia Raguso, docente da UCP em Braga, refletiu com os docentes sobre o tema «Desenvolvimento sociomoral e religioso na infância».

A psicóloga explicou aos professores a importância de se trabalhar, em sala de aula o “desenvolvimento espiritual e religioso das crianças”, com idades entre os 5 e os 11 anos, “que resulta da interligação entre o desenvolvimento afetivo, cognitivo e relacional/socialização”.

A docente referiu-se às linhas fundamentais da experiência religiosa nestas idades, afirmando a importância da “relação pessoal” em sala de aula:

“A relação pessoal vai para além do uso da palavra e do conceito, levando para as aulas a irem à realidade da vida concreta dos mais novos”.

Para isso a psicóloga afirmou a validade de estratégias pedagógicas que valorizem as “expressões e a ação nos alunos”:

“Nestas idades, dos sete aos onze, os usos da música, do teatro, da dança funcionam muito bem no processo pedagógico porque ajudam ao desenvolvimento cognitivo das crianças, em especial no que concerne à dimensão simbólica do espiritual e do transcendente”.

O sociólogo Alfredo Teixeira apresentou o tema «As novas adolescências: os quadros socio-simbólicos da experiencia crente».

Explicando o quadro sociológico da pós-modernidade o especialista salientou a importância de estar atento à “linguagem das emoções” neste ciclo tendo em conta “as pressões que os alunos do secundário são sujeitos pelo sistema”:

“A EMRC pode e deve funcionar, pelas suas características pelo âmbito dos seus conteúdos como um espaço educativo de encontro”.

Para isso, desafiou a uma urgência dos docentes “entrarem nos espaços dos adolescentes gastando, por exemplo algum tempo a visualizar os vídeos produzidos por ‘youtubers’ que os adolescentes veem. Deste modo poderão conhecer a linguagem dos adolescentes e comunicar melhor com eles”.

Da parte da tarde os docentes vão partilhar experiências positivas na lecionação da disciplina no 1º ciclo e no Secundário nas dioceses de Leiria-Fátima, Coimbra e Santarém.

Educris|24.02.2018



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