D. José Ornelas: «Ajudem a Igreja a refletir sobre o que se passa no Mundo»

Bispo de Setúbal marcou presença na formação de docentes de Lisboa e Setúbal.

D. José Ornelas desafiou os docentes de EMRC a ajudarem “a Igreja a refletir sobre o que se passa no Mundo”.

“Tendes de ser vós a suscitar esta discussão dentro da Igreja, porque trabalhais com os jovens que são os primeiros destinatários da mudança. Precisamos que nos ajudeis a refletir sobre o que se passa no Mundo e a encontrar caminhos”, apontou.

Na edição de Lisboa das Formações (inter) diocesanas para professores de EMRC, e perante mais de uma centena de docentes, o bispo de Setúbal agradeceu aos professores “ o serviço e a missão eclesial” considerando-os o “contingente laical mais preparado dentro da Igreja” e apontando lacunas “na reflexão sobre o vosso papel na comunidade”:

“A vossa missão não sendo fácil é fundamental na Igreja. Pensamos os professores para a escola e não temos pensado, como Igreja, na riqueza que temos vos termos gente tão bem preparada como vós dentro das nossas comunidades. Isto é uma riqueza enorme”, apontou.

O prelado considerou fundamental que os professores de EMRC se integrem nas comunidades eclesiais e estimulem aí o debate sobre a atualidade:

“Não se demitam de ajudar as nossas comunidades eclesiais a fazer caminho. Estar na Igreja inseridos na Igreja é fundamental para se pensar a Igreja no serviço da educação. Deste modo temos uma Igreja que pensa em si própria num mundo que muda radicalmente todos os dias. Se não fordes vós a suscitar esta discussão dentro da Igreja, porque trabalhais com os jovens que são os primeiros destinatários da mudança, não o faremos. Precisamos que nos ajudeis a refletir sobre o que se passa no Mundo e a encontrar caminhos”.

Alterar o paradigma: da cristandade a uma Igreja missionária

Atento à realidade da sua diocese e às grandes mudanças na sociedade pós moderna D. José Ornelas mostrou-se surpreendido por, nos últimos anos, ao “participar no inter-escolas me ter apercebido que a maioria não sabia quem era o bispo! A maior parte dos nosso alunos nem batizado é!”:

“Infelizmente a nossa Igreja ainda vive muito de uma noção de cristandade onde tudo girava à volta da Igreja. As nossas paróquias vão continuar a estar próximas mas não são os únicos polos de agregação. Vós também sois referência. Nos últimos dois anos, ao participar nos Inter-escolas da diocese apercebi-me que muitos deles só ouviram falar de Jesus nas aulas! O que fazeis não é catequese! Fazeis, em grande medida, primeiro anúncio em diálogo com a cultura”.

!Deste modo – sustentou - a Igreja deve ser missionaria e não esperar dentro que as pessoas venham às nossas pregações. A Igreja tem de entender a função da Educação Moral e Religiosa Católica: Todos! Vocês, os padres, os bispos!.

Olhando para a realidade atual da educação D. José Ornelas lembrou que o docente de EMRC “partilha o mesmo que os restantes colegas do bom e menos bom da vida de uma escola. E lá sois conectados como Igreja. Tendes aí um desafio de mostrar o rosto misericordioso da Igreja”, apontou.

No final o Bispo de Setúbal prometeu o empenho da Igreja em continuar esta missão da EMRC nas escolas:

“Hoje temos de encontrar formas mais interessantes de diálogo! Nós temos de continuar com a vossa missão como areópago que desafia, que convoca e provoca, e que faz memória do património cultural e religioso do ocidente e que lança pontes com outros mundos”.

Educris|18.02.2018



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