Aveiro: 4500 alunos fizeram-se próximos no XV Interescolas

Vieram de todos os arciprestados da diocese de Aveiro e, no conjunto, representam "quase metade" do total de alunos que este ano se inscreveram na disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) da diocese de Aveiro.

Sob o tema «EMRC: Faz-te Próximo» os alunos partilharam experiências, conviveram, "mostraram talentos" e mostrara "que é possível ser próximo mesmo daqueles que não conhecemos" num momento de homenagem, em profundo silêncio, a um deles, o Gonçalo, que faleceu no passado Sábado num acidente de viação. Perante a entrada noagrupamento de escolas de Oliveira do Bairro 4500 fizeram um longo minuto de silêncio e cantaram «voa bem mais alto, Livre sem alforge, Nem prata, nem ouro. Amando este mundo, Esta vida que é campo,E esconde o tesouro».

O encontro teve início pelas 9h00 com música, animação e muitas cor trazidas pelas "faixas, bandeiras e slogans" trazidos pelos diferentes asciprestados da diocese. Pelas 9h30 as várias entidades envolvidas neste evento cumprimentaram os alunos, alegraram-se com eles e transmitiram uma mensagem de esperança.

O ponto alto da manhã esteve na constução de um "poliedro" como "sinal da diversidade e da unidade de todas as escolas envolvidas, de todos os agentes de educação da diocese" lembrou ao EDUCRIS Elisa Urbano, diretora do Secretariado da EMRC da diocese de Aveiro.

Para esta responsável o XV Interescolas constituiu-se como "um estabelecer de pontes e vontades entre realidades educativas tão diversas" e contratula-se "pelo contributo da disciplina de EMRC no projeto educativo de cada estabelecimento de ensino".

Uma disciplina diferente: Uma oportunidade aos valores e a ler a realidade

João tem 15 anos, vem de uma escola "ao sul de aveiro". Frequenta a disciplina desde o 5º ano e destaca, em declarações ao EDUCRIS, a importância da frequência da EMRC:

"Para mim é importante porque nos permite abordar a questão dos valores e ajuda-nos no nosso projeto de vida".

Tiago, 16 anos feitos há dias, frequenta a disciplina no ensino secundário. Para ele a opção da EMRC no secundário é "fundamental porque as várias temáticas permitem-nos ter uma leitura fora do quadrado perante a realidade e as diversas situações que vamos experimentando".

Maria, Joana e Rita, três amigas que acabam de descer o slide montado no Parque dos Pinheiros Mansos, em Oliveira do Bairro, começam por tornar claro "que a EMRC não é o mesmo do que a catequese" e lançam um apelo: "mesmo que os alunos tenham catequese deveriam ter a EMRC. Se não tiverem catequese esta é uma oportunidade e conhecer a religião cristã e outras religiões também interessantes", afirmam.

José, 13 anos, boné à rapper e uma 't shirt' do super homem lembra que se inscreveu "porque o pai quis" mas não está arrependido:

"A EMRC permite-se acreditar mais em Deus. Gosto mesmo de conhecer Jesus e a parte das aulas em que procuramos na Bíblia ou analisamos parábolas são as minhas favoritas", diz. Quando lhe perguntamos se a EMRC é para crentes responde-nos de pronto: "Não, não! Tenho colegas que são cristãos, outros de outras religiões e até quem não tem nenhuma... mas gosto mesmo de Jesus".

Faz-te Próximo, ou a vontade de fazer sorrir com sentido

Fernando Batista, professor de EMRC há 18 anos afirma "ter sentido a vocação de trabalhar com os outros através da educação". Um modo de estar na escola "sempre com um sorriso" que não poucas vezes "ajuda a centrar as ideias e a resolver os problemas mais complicados em sala de aula através deum conjunto de técnicasque vou aplicando com os alunos". Para este docente 'especialista em risoterapia' nada é mais importante que que "ver os alunos sorrir e ajudá-los a trilhar uma vida com sentido, com valores, com objetivos e com metas a atingir". 

Perante o tema do encontro «EMRC: Faz-te próximo» Fernando advoga a "politica do abraço e do sorriso" como modo de "mudar a realidade tantas vezes sem sentido".

No final do Encontro, e após uma tarde onde a música foi trazida pelos talentos escondidos dos alunos de Oliveira do Bairro, Sérgio Martins, da organização do Interescolas era um professor feliz: "Vale mesmo a pena tantas horas de reuniões, de avanços e recuos, de alegrias e medos. Vale a pena todo o trabalho, todas as pontes que construímos com estes encontros apenas pelos sorrisos, o envolvimento e o espiríto que se vive durante todo o dia".

Para o ano o XVI Interescolas de EMRC da diocese de Aveiro promete um novo lugar e um novo tema sempre com o desafio "Vem e vê", reforça o professor.



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