Braga: «Recentrar a experiência do encontro em catequese», padre Tiago Alves

Segunda formação online acolheu desafios à catequese a partir de três dioceses do país

O padre Tiago Alves, da diocese de Bragança-Miranda, Irmã Isabel Martins, do Sector da Catequese de Lisboa e Susana Veloso, catequistas no arciprestado da Povoa do Lanhoso partilharam, via zoom, experiências de catequese em tempo de pandemia em nova formação organizada pela Equipa Arciprestal da Póvoa de Lanhoso.

O padre Tiago Alves, começou a sua reflexão por desafiar os catequistas a “entrar na relação com Deus para contemplar o mistério”.

“Por vezes andamos a correr de um lado para o outro a preparar um ano pastoral que corre o risco de ser atípico e esquecemo-nos que a nossa missão é entrar no mistério que é Deus. Sem isso corremos o risco de não entrar em relação com Deus e o que anunciamos perde toda a credibilidade porque não parte do centro da nossa fé”.

Para o responsável pela catequese na diocese de Bragança-Miranda é essencial “voltar às bases da catequese presentes no Diretório Geral da Catequese” que “desafia os catequistas a voltar ao Querigma, ao primeiro anúncio”.

Para uma catequese que se quer em «desconfinamento» é fundamental “uma aposta na formação” pois, “muitas vezes perdemo-nos em fenomenologias, mas não nos centramos no essencial do testemunho cristão”.

“Mais do que apresentar conteúdos, e neste esforço da educação da fé temos que valorizar a experiência dos catequistas e a afetividade do agente catequético”.

Um ano pastoral marcado pela incerteza: Não ter medo!

A irmã Isabel Martins partilhou a “incerteza deste tempo” que ainda não é de “sínteses, mas de ler e interpretar a realidade”.

Dando conta do inquérito para os adolescentes, no final do primeiro ano do projeto «Sayes, aprender a dizer sim», a religiosa convidou os catequistas a “não terem medo” tal como o anjo pediu às mulheres na manhã da ressurreição [ndr: Mt 28, 5-7]

“Perante as dificuldades da incerteza para onde viramos o olhar? Ficamos parados e petrificados? Incrédulos ou acreditamos na ressurreição de Jesus e, na incerteza, vamos ao encontro do ressuscitado?”, questionou.

Para a irmã Isabel Martins “apesar de dizermos que a catequese não é escola” continuamos a “proceder como se fosse pela organização que criamos”.

“É preciso ler os sinais que vão aparecer de formas diferentes depois de uma autêntica confusão que vivemos durante estes tempos”.

Fazendo referência à Carta Pastoral da CEP para a Catequese a Igreja vive o tempo “de estar atenta ao Espírito” porque “não nos servirá de nada ficarmos à espera das pessoas na igreja quando elas estão no zoom, no Facebook, ou à porta do prédio”.

“Somos desafiados a redescobrir o nosso proceder do anúncio de Jesus e de ir onde o Espírito Santo nos disser sem medo de errar e fazendo uso dos dons que Deus nos dá”.

No final da sua intervenção a religiosa lembrou que “a catequese é ecoar a Palavra de Deus. É levar a Palavra à vida das pessoas e provocar encontro com Jesus Cristo. O catequista dá este testemunho onde o Espírito quiser”, concluiu.

A sessão inaugural, que se realizou a 6 de junho, contou com a presença de D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF) e mais de uma centena de catequistas.

Educris|21.06.2020



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