China: Cristãos denunciam «clima repressivo» no território

Fundação «Ajuda à Igreja que Sofre» relata abusos contra cristãos em contexto de pandemia

Igrejas fechadas, cruzes derrubadas em alguns templos, procissões anuladas são alguns dos relatos chegados ao ocidente através da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre.

De acordo com esta organização várias tem sido as situações “que  melindram a vida das comunidades cristãs” em território chinês.

“A 12 de Abril, Domingo de Páscoa, foi retirada a cruz de uma igreja centenária na diocese de Xinxiang, em Henan. No dia 18 de Abril, funcionários governamentais retiraram a cruz da Igreja de Nossa Senhora do Rosário na diocese de Anhui”.

Dias antes, e de acordo com a UcaNews, “foram confiscadas as chaves da Igreja”. Mesmo após o contacto do bispo, D. Liu Xinhong, com o departamento local da Associação Patriótica Católica Chinesa, que controla as actividades religiosas, mas foi obtida “nenhuma informação”.

A 19 de Abril, nova ação para retirar cruzes em igrejas, desta vez na igreja na cidade de Suzhou.

Segundo a AsiaNews, que cita um sacerdote, Shanren Shenfu, “agora, quando uma cruz é arrancada, todos os cristãos devem permanecer calmos e sorridentes”. A mesma agência de notícias esclarece que foi publicado, entretanto um conjunto de notas governamentais sobre as limitações às atividades religiosas por causa da pandemia do coronavírus.

Apesar de se estar a assistir ao regresso a uma certa normalidade na maior parte do país, foi decidido que as igrejas iriam continuar encerradas, proibição que se estende à prática também de peregrinações religiosas, nomeadamente a santuários marianos.

As peregrinações que estavam agendadas para o dia 24 de maio para o importante Santuário da Virgem de Sheshan, em Xangai, por exemplo, foram já suspensas. Os fiéis são convidados a rezar em suas casas de forma a evitarem assim a propagação do coronavírus.

Publicado na semana passada o relatório da Comissão norte-americana para a Liberdade Religiosa Internacional, continua a dar nota negativa à China por causa da repressão exercida sobre a comunidade cristã.

O relatório dá conta de que as autoridades chinesas “invadiram ou fecharam centenas de Igrejas” durante o ano passado e que prosseguiram as detenções de cristãos, com destaque para dois bispos, Guo Xijin e Cui Tai, que se recusaram a integrar a estrutura criada por Pequim para o controlo das atividades da comunidade católica.

O relatório destaca ainda que governos locais, nomeadamente da cidade de Cantão, terão oferecido dinheiro como recompensa por informações sobre elementos ligados às chamadas igrejas clandestinas, fiéis ao Papa. O relatório norte-americano recorda ainda que as autoridades obrigam, ainda, os jovens com menos de 18 anos de participar em serviços religiosos e que, em alguns locais, imagens de Jesus Cristo ou da Virgem maria foram substituídas por retratos do presidente Xi Jiping.

Educris com AIS

Educris|11.05.2020



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