Moçambique: «Peço ajuda para o meu povo», D. Luiz Fernando Lisboa
Bispo relata “crise humanitária” e pede apoio para a região do norte de Moçambique
A violência na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, não tem parado de crescer nos últimos tempos e até o Papa Francisco falou da “crise humanitária” na região no domingo de Páscoa.
D. Luiz Fernando Lisboa, bispo de Pemba, tem denunciado estes ataques e a violência bárbara contra as populações já profundamente empobrecidas, e volta a pedir ajuda.
“A situação é terrível. Temos centenas de mortos e milhares e pessoas forçadas a deixar as suas casas”, afirma o prelado citado pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
Na província de Cabo Delgado, diz o Bispo, há “mais de 200 mil deslocados: é uma injustiça que clama ao céu.” Perante um cenário de crise humanitária, D. Luiz pede a solidariedade para com o povo moçambicano.
“As pessoas aqui têm muito pouco e o pouco que têm está a perder-se por causa desta guerra. Peço ajuda e solidariedade para o meu povo para que eles possam viver novamente em paz, que é o que eles querem e merecem”.
O número crescente de ataques que têm vindo a atingir as populações no norte de Moçambique e o facto de estarem a ser reivindicados pelos jihadistas do Daesh, o Estado Islâmico, fez com que esta quase guerra esquecida saltasse para as primeiras páginas dos jornais.
As palavras proferidas pelo Santo Padre durante a bênção Urbi et Orbi no domingo de Páscoa ajudaram também a dar relevo à angústia destas populações esquecidas que vivem na província de Cabo Delgado. “É importante que as pessoas saibam o que está a acontecer e que as organizações internacionais, como as Nações Unidas, a União Europeia ou a União Africana, ajam”, diz o Bispo de Pemba à Fundação AIS.
Perante a situação de insegurança o prelado revela ter pedido aos missionários para “irem embora porque como bispo diocesano, sou responsável e o risco de ataques era iminente, pois eram os únicos que restavam”.
D. Luiz Fernando Lisboa mostra-se “preocupado” como futuro da região e pede “uma resposta firme das autoridades e a solidariedade inequívoca da comunidade internacional”.