Igreja/Cultura: Prémio «Árvore da Vida» para Eduardo Lourenço

Prémio evoca ensaísta como o “mais reputado pensador português da atualidade”

Quase a completar 97 anos, o ensaísta Eduardo Lourenço venceu, nesta sexta-feira, o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes 2020. O prémio, atribuído pela Igreja católica, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, destaca a “vida e um percurso ou obra” dos que “atingirem elevado nível de conhecimento ou criatividade estética, refletem o humanismo e a experiência cristã”.

“Numa atenção compreensiva e crítica aos problemas culturais e sociais emergentes no mundo contemporâneo e numa renovadora mitografia do ser lusíada, desde há meio século Eduardo Lourenço constituiu-se no mais reputado pensador português da atualidade», destaca a justificação do júri do prémio.

À rádio Renascença Eduardo Lourenço afirmou a sua “surpresa” e diz já não ter “idade para receber prémios”.

“Hoje tive uma grande satisfação e honra, não tanto por mim, mas pela grande admiração que tenho pelo Padre Manuel Antunes, velho amigo que sempre cultivou a exigência crítica e deixou-nos uma obra notável a que volto sempre com grande proveito», explicitou.

O júri do prémio destaca em Eduardo Lourenço a sua “fidelidade aos fundamentos antropológicos, axiológicos e éticos”, bem como à consequente “obrigação de suportar a liberdade humana” em todos os domínios.

Nascido a 29 de maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, Almeida, Eduardo Lourenço formou-se em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, onde foi professor entre 1947 e 1953, lecionando em várias universidades, no Brasil e na Europa. Foi, durante mais de dez anos, administrador não-executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.

Uma Vasta Obra

"Heterodoxia I" (1949), "Fernando Pessoa Revisitado: Leitura Estruturante do Drama em Gente" (1973), "Tempo e Poesia" (1974), "O Labirinto da Saudade - Psicanálise Mítica do Destino Português" (1978), "O Espelho Imaginário" (1981), "A Europa Desencantada: para uma Mitologia Europeia" (1994), "O Esplendor do Caos" (1998) e "A Nau de Ícaro, seguido de Imagem e Miragem da lusofonia (1999) são alguns dos títulos da sua vasta obra.

Educris 03.04.2020
Fotografia de Enric Vives-Rubio



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