Síria: Religiosa dá conta de «situação terrível» na região
Inverno, agravamento dos combates em diversos lugares e embargo económico na origem de nova crise humanitária na Síria
“Na região cristã do Qalamoun a situação é terrivel”. A frase faz parte da mensagem da irmã Maria Lúcia Ferreira, uma cidadã portuguesa que habita no mosteiro de São Tiago Mutilado, em Qara.
À Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) a religiosa portuguesa denuncia “as condições dramáticas em que se encontram as populações que vivem na zona montanhosa do Qalamoun, uma região tradicionalmente cristã situada perto da fronteira com o Líbano”.
Segundo a irmã portuguesa a situação tem vindo a deteriorar-se depois da crise no Líbano.
“Depois da crise no Líbano e das novas sanções que foram impostas ao país, realmente a situação económica está terrível. As pessoas queixam-se de quase não conseguirem comprar [algo] para comer”, alerta.
Também a chegada o inverno tem agravado o cenário já de si precário: “Até foi um Inverno um bocadinho ameno até janeiro, [altura] em que houve várias tempestades de neve aqui no Qalamoun, uma das zonas mais frias da Síria”, afirma a religiosa que pertence à Congregação das Monjas de Unidade de Antioquia.
A situação assume contornos dramáticos com família a terem que “queimar a sua roupa para se aquecerem, ” pois “,falta o gás e a eletricidade” na região.
Aos cristãos a religiosa pede “orações por um povo que sobrevive a pão e água”.
Papa reza pela Síria e pede à comunidade internacional para “não desviar o olhar da região”
No final da tradicional recitação do Ângelus, ontem, o Papa voltou a recordar a situação que se vive na Síria.
“Saúdo as Associações e grupos que estão comprometidos na solidariedade com o povo sírio e especialmente com os habitantes da cidade de Idlib e do noroeste da Síria - vejo-vos aqui - obrigados a fugir do recente agravar-se da guerra”.
Francisco desafiou comunidade internacional a não “desviar o olhar desta crise humanitária, mas dar-lhe prioridade sobre qualquer outro interesse” e pediu orações “por estes nossos irmãos e irmãs, que tanto sofrem no noroeste da Síria, na cidade de Idlib”.