China: Autoridades prendem bispo da Igreja Clandestina

É a sexta vez, nos últimos dois anos, que as autoridades chinesas detêm o Bispo de Wenzhou, D. Shao Zhumin, de 55 anos de idade, pertencente à chamada Igreja Clandestina fiel ao Papa.

A última detenção ocorreu na passada semana, na sexta-feira, dia 9 de Novembro, logo pela manhã. Segundo a agência de notícias Asia News, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, o prelado deverá ser submetido a um período de doutrinação que poderá estender-se por cerca de 15 dias.

O Bispo, D. Shao Zhumin, é reconhecido pela Santa Sé mas não pela Associação Católica Patriótica chinesa, controlada pelo governo de Pequim.

O prelado irá ficar agora em regime de isolamento, sem poder contactar com a comunidade católica.

Segundo a revista online Bitter – que monitoriza as questões relacionadas com a liberdade religiosa e os direitos humanos na China – a diocese de Wenzhou tem cerca  de 130 mil católicos, dos quais mais de 80 mil pertencem à chamada comunidade clandestina, registando-se o “paradoxo” de o Bispo Shao ser muito apreciado também pela comunidade “controlada” pelo regime.

D. Shao Zhumin tem um elevado histórico de detenções por parte das autoridades comunistas. Só nos últimos dois anos, ele foi detido pelo menos em cinco ocasiões, sendo a última vez em Maio do ano passado, tendo ficado privado da sua liberdade durante cerca de sete meses.

A detenção do Bispo de Wenzhou é reveladora de um clima de repressão por parte das autoridades chinesas face à chamada Igreja Clandestina, apesar do recente acordo provisório entre Santa Sé e Pequim para a nomeação dos bispos católicos.

Ainda recentemente, no início do mês de Novembro, a Fundação AIS dava a notícia da detenção de dois sacerdotes pertencentes à diocese de Xuanhua.

No início de novembro dois padres, Zhao He, e Su Guipeng, froam presos, em prisão domiciliária, sem poderem contactar com os respectivos fiéis, de acordo com a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

Além do afastamento destes dois sacerdotes, há igualmente a notícia de que numa aldeia da diocese de Xuanhua as famílias cristãs foram informadas de que seriam multadas e eventualmente detidas durante alguns dias se recebessem sacerdotes em suas casas.

Educris|16.11,2018



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