Igreja/Media: «Evangelizar nas redes não passa pelo endoutrinamento»

Xisckya Valladares, a conhecida monja «twitera» esteve nas Jornadas de Comunciação Social que decorrem até setxa-feira em Fátima e afirmou a necessidade de não confundir "Nova Evangelização" com "endoutrinamento" e abordou o perigo de olhar as redes como "um digitalizar do papel para o ecrã".

Aos mais de 80 jornalistas e agentes de comunciação presentes nas Jornadas Nacionais de Comunicação Social e III Jornadas Práticas de Comunicação Digital a monja «twitera» apresentou um workshop sobre «Boas Práticas para evangelizar nas redes sociais» focando a sua atenção no Facebook, Twitter e Instagram.

Para a co-fundadora do portal Imission é fundamental "Não bombardear a rede com mensagens religiosas. Isso não é evangelizar. Isso só interessa a quem é religioso. Quem não vai à Igreja não lhe vai interessar" apontou recordando a necessidade e a importância de se refletir sobre o modo como os vaores cristãos podem e devem estar presentes nas redes.

"Temos que refletir seriamente como passamos os valores de sempre perante novas pessoas, num novo ambiente. Não podemos usar novas ferramentas com os nossos métodos de antigamente".

Para Xisckya Valladares o risco que a Igreja encontra nas redes passa pela tentação de as utilizar e de "lá estar" como um replicar do papel que temos no dia-a-dia- para o ecrã, como um copy/past simples que fazemos". Isso sub-valoriza a rede e não tem grandes frutos", sintetizou.

A monja «Twittera» desafiou os presentes a uma "programação séria semanal" e a deixarem a tentação "de fazer e usar a mesma linguagem para as diversas redes sociais pois isso não funciona".

"Hoje a politica do Facebook mudou o que faz com que as páginas institucionais baixem o nível de "gostos" e interações com os internautas. Um investimento baixo permite atingir mais público. Por outro lado a criatividade e a a programação semanal do que deve ou não ser postado tem de ir além da fotografia e do link para um determinado conteúdo", explicou.

Estar na rede como evangelizador significa "uma atitude e um testemunho criativo. Significa estar disposto a acolher e a ir passando o enfoque cristãos presente no dia-a-dia".

"A interação é o que vai causar mais gostos. Por isso é fundamental lançar questões ou responder aos comentários e reações dos usuários. O melhor dia para publicar é o domingo e a melhor hora é entre as 22h e a meia-noite, mas cada instituição deverá descobrir qual a sua melhor hora", apontou.

Sobre o Twitter a religiosa lembrou um pouco da história da rede nascida com 140 caracteres por mensagem:

"Esta é uma rede que vai para lá das nossas fronteiras. Estarmos lá serve para nos relacionarmos com pessoas fora no nosso círculo. Uma espécie de pescar fora do aquário", sustentou.

Na rede Twitter é possível "lançar questionários, boas imagens que dizem tanto mais do que a palavra, ter bom humor e ir replicando o que outros vão colocando de modo a mostrar que não estou centrado em mim e na minha página".

"Aqui devemos ter em atenção um ratio de 20 por cento de publicações nossas e 80 por cento do interesse de quem nos segue".

Ainda durante a tarde de hoje, quinta-feira, Juan Della Torre, da La Machi – Agência de Comunicação para Boas Causas, responsável pela app oficial de oração do Papa, ‘Click To Pray’, e pela produção mensal de ‘O Vídeo do Papa’, vai apresentar o tema «Como criar uma App religiosa».

Durante o dia de sexta-feira ser+a apresentado "um estudo mundial sobre “social listening” no facebook e instagram, relativo aos interesses dos jovens com idades entre os 18 e os 25 anos".

As Jornadas Nacionais de Comunicação Social e III Jornadas Práticas de Comunicação Digital são organizadas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais e pela Rede Mundial de Oração do Papa.

Educris|27.09.2018



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