Basileia/Taizé: «Tocar os pobres é tocar Jesus»

Na sua meditação o irmão Alois convidou os jovens a percecionarem o "encontro pessoal com os mais vulneráveis" como uma oportunidade de se aproximarem de Jesus:

"Quando escutamos de perto o grito de um ser ferido, quando olhamos nos olhos, quando ouvimos, quando tocamos os que sofrem, aproximarmo-nos de Jesus, pobre entre os pobres, que nos faz entrar numa maior intimidade com ele".

"O encontro pessoal com os mais vulneráveis faz descobrir a dignidade do outro e permite receber o que transmitem mesmo os mais diminuídos. Não trazem eles uma contribuição insubstituível à construção de uma sociedade mais fraternal? Revelam-nos a nossa própria vulnerabilidade, tornando-nos mais humildes, mais humanos", sustentou.

Recordando as dificuldades das pessoas que encontrou recentemente no Sudão e Sudão do Sul, onde "o grito da dor" exala da "miséria, da violência, da fragilidade extrema" mas cujo eco "não parece chegar a outros cantos do mundo", o prior da comunidade ecuménica interrogou-se:

"O que fazer para que este grito seja ouvido, para que os que sofrem não tenham mais impressão de que o seu grito se perde no vazio?".

Na oração de final de tarde na St. Jakobshalle arena, em Basileia, o prior da comunidade de Taizé deixou o desafio de se "reler o evangelho desta noite" para "percebermos melhor o modo como Jesus Cristo está unido a cada ser humano. Habita em cada pessoa, em particular nas mais abandonadas. O que fazemos aos mais pequenos, é a ele que o fazemos", apontou.

Perante tantas situações extremas com que o mundo se depara o irmão Alois deixou um convite aos mais novos:

"Estes relatos e experiências com os mais fragilizados ajudam-nos a desligarmo-nos de problemas que não são essenciais e a alegrarmo-nos ao nos tornarmos mais simples, mais humanos", concluiu.

O 40º encontro europeu de Taizé decorre até ao próximo dia 1 de janeiro, em Basileia, na Suíça. Estão presentes mais de 20 mil participantes vindos de todo o mundo em ais uma etapa da Peregrinação da Confiança sobre a Terra iniciada por esta Comunidade Ecuménica nos anos 70 do século passado.

Foto:taize.fr

Educris|29.12.2017