Iraque: Reabre ao culto a primeira igreja católica reconstruída na Planície de Nínive depois da ocupação jihadista

D. Bashar Warda, o Arcebispo caldeu de Erbil, presidiu na passada sexta-feira à cerimónia de reconsagração da Igreja de São Jorge, em Telleskuf, após a libertação da região que esteve nas mãos dos jihadistas do auto-proclamado “Estado Islâmico” durante os últimos três anos.

Para D. Bashar Warda, a cerimónia revestiu-se de enorme importância pois significou “uma mensagem de esperança e de vitória”, face aos que procuraram “eliminar a presença cristã” na região.

Para a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) a reabertura do templo estava inscrita na campanha internacional que esta Fundação apoia a nível internacional e que "visa criar as condições para o regresso da totalidade da comunidade cristã a suas casas às aldeias e vilas na Planície de Nínive".

A igreja de São Jorge foi saqueada, danificada e profanada durante os tempos de ocupação pelos jihadistas. Apesar de a estrutura principal do edifício não ter sido muito afectada, o trabalho de reparação revelou-se, no entanto, complexo e extremamente dispendioso.

O arcebispo de Erbil reconhece que esta igreja "é um símbolo e um poderoso incentivo para que as comunidades cristãs se envolvam também na recuperação das suas povoações na Planície de Nínive".

A Fundação pontíficia AIS está, ainda, empenhada na reconstrução das casas dos cristãos da aldeia de Telleskuf, que abrigava cerca de 1.500 famílias antes da invasão do auto-proclamado “Estado islâmico”.


O fim dos combates e o início das obras de reconstrução estão a produzir bons frutos. Cerca de dois terços da população de Telleskuf já regressou a suas casas e, por isso, esta cerimónia na Igreja de São Jorge foi tão importante. “Era necessário dar um sinal evidente de que a Igreja também estava a retomar já as suas actividades normais”, explicou D. Bashar Warda.

Para este projecto, da Igreja de São Jorge, a Fundação AIS contribuiu com 100 mil euros e está já envolvida na reconstrução de duas outras igrejas: uma católica siríaca e outra ortodoxa, situadas na Planície de Nínive.

Mesmo no final da cerimónia, o arcebispo de Erbil fez ainda questão de agradecer uma vez mais a generosidade dos benfeitores da Fundação AIS que tornou possível a realização das obras na Igreja de São Jorge: “Os jihadistas pensavam que nos iam eliminar”, disse, mas na verdade, “foram derrotados e são os cristãos que estão agora a regressar” a suas casas.

A reabertura desta igreja será encarada, a partir de agora, como “um símbolo poderoso” para fortalecer a determinação dos cristãos na reconstrução das suas aldeias na Planície de Nínive. “Graças aos benfeitores da AIS – acrescentou D. Bashar Warda –, podemos continuar aqui a louvar a Deus e a presença cristã continua a ser preservada neste lugar”.

Os dados mais recentes apurados pela Fundação AIS dão conta que 6.330 famílias cristãs já regressaram à Planície de Nínive, o que representa cerca de 33% dos que foram obrigados a fugir de suas casas pelos jihadistas no Verão de 2014.

Educris com AIS



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