Iraque: Reconstruir e fazer regressar os refugiados

Após a derrota do auto proclamado estado islâmico a grande prioridade no Iraque passa pela "reconstrução das aldeias, vilas e cidades destruídas pela guerra e o regresso de milhares de refugiados", informa a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

No passado sábado, dia 9 de Dezembro, o primeiro-ministro iraquiano,  Haider al Abadi, declarou que o país conseguiu libertar-se do domínio dos jihadistas que, durante os últimos três anos, ocuparam vastas regiões do Iraque:

"As nossas forças conseguiram o controlo total das fronteiras com a Síria", afirmou al Abadi, numa declaração em Bagdad, a capital iraquiana.

De facto, essa região fronteiriça com a Síria, situada nas províncias de Ninawa e Al Anbaera, era o último reduto que o grupo jihadista ainda controlava no Iraque.

Este anúncio oficial representa o fim da ocupação de vastas regiões do Iraque pelo auto-proclamado “Estado Islâmico” desde o Verão de 2014, quando o grupo jihadista surpreendeu o mundo com uma ofensiva militar relâmpago não só neste país mas também na Síria.

A campanha militar para a libertação do Iraque do jugo jihadista, que envolveu uma coligação de países liderada pelos Estados Unidos, teve um alto preço em vidas humanas e a destruição de inúmeras cidades e vilas depois de se terem transformado em campos de batalha.

Também muitas localidades cristãs foram destruídas propositadamente pelos jihadistas, especialmente na chamada Planície de Nínive, como estratégia de erradicação do cristianismo na região.  

Com os jihadistas expulsos do Iraque, segundo assegura o primeiro-ministro Haider al Abadi, inicia-se agora uma outra batalha, absolutamente vital, para o futuro do país: a reconstrução das aldeias, vilas e cidades e o regresso dos refugiados a suas casas. Milhares destes refugiados são cristãos.

A Fundação AIS está profundamente empenhada nesta missão, liderando um projecto internacional para a reconstrução dos povoados cristãos destruídos ou parcialmente danificados durante a ocupação da chamada Planície de Nínive pelos jihadistas do auto-proclamado “Estado Islâmico”.

Denominado “Iraque, o regresso às raízes”, este ambicioso projecto, que de alguma forma se inspira no “Plano Marshall” – que permitiu a reconstrução da Europa após a II Guerra Mundial – está orçado em cerca de 250 milhões de dólares e é já considerado como “essencial” para a manutenção da presença da comunidade cristã nesta região bíblica.

Ao todo, calcula-se que aproximadamente 120 mil famílias – cerca de 95 mil pessoas – foram forçadas a fugir, no Verão de 2014, abandonando tudo o que tinham, por causa da conquista da região pelos jihadistas.

As casas que deixaram então para trás foram saqueadas e destruídas. E as igrejas também, assim como escolas e hospitais. Só em estruturas ligadas directamente à Igreja – desde templos, passando por conventos, salas paroquiais, seminários e jardins-de-infância, por exemplo – foram já identificados 363 edifícios que necessitam de intervenção urgente.

Para a concretização deste projecto, foi criado um Comité para a Reconstrução da Planície de Nínive que engloba, além da Fundação AIS, representantes de todas as igrejas iraquianas, assim como técnicos de engenharia, arquitectos e gestores.

O apoio à comunidade cristã iraquiana tem estado na linha da frente das preocupações da Ajuda à Igreja que Sofre a nível internacional.

O apoio que a Fundação AIS tem vindo a prestar continuamente à comunidade cristã que vive refugiada no nordeste do Iraque tem merecido particular interesse por parte do Santo Padre.
 



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