Papa Francisco: Digamos «não a Igrejas de supermercado, a Salvação é gratuita»

Na manhã de sexta-feira o Papa Francisco celebrou a eucaristia na casa de Santa Marta, no Vaticano. Na sua homilia o Papa pediu "Igrejas de serviço, igrejas livres, como foi gratuita a salvação, e não Igrejas supermercado”.

Tomando, para a sua reflexão, as duas leituras propostas pela liturgia do dia e que “abordam a questão da purificação do Templo”, o Papa lembrou a importância da “vigilância, serviço e gratuidade” como palavras chave dos gestos de Jesus ao expulsar os comerciantes do Templo:

“As duas leituras da liturgia de hoje falam-nos do templo. A primeira aborda o Templo antes da sua purificação. Judas Macabeus e os seus irmãos querem purificar o templo, aquele templo onde haviam acontecido sacrifícios pagãos e restaurar a beleza espiritual do templo, o templo sagrado”.

Francisco lembrou que “as pessoas ficaram alegres porque o templo torna-se, novamente, o lugar de encontro com Deus”:

“Jesus faz o mesmo quando expulsa os que vendem no templo. Ele purifica o templo”.

O Papa apontou, em seguida, três palavras, que ajudam a entender “o proceder de Jesus”:

“Vigilância, não apenas nos templos físicos, nos palácios, mas o maior e mais importante tempo que é o nosso coração e mesmo a nossa alma”, lembrou Francisco recordando São Paulo que afirma «Vós sois templos do Espirito Santo».

Francisco convidou os presentes a “examinarmos a nossa consciência procurando perceber o que se passa no nosso coração”:

“Aqui está a importância de purificar o templo, o templo interior e observar. Estar vigilante e ter cuidado com o que está a acontecer no nosso templo, dentro de nós”.

A segunda palavra apresenta pelo Papa Francisco foi “serviço”:

“Como crente, presente no templo, devo olhar para Jesus que vai ao tempo e se faz serviço para os doentes, para aqueles que sofrem, na fome, nos prisioneiros, estão presentes lá”.

Francisco convidou os crentes a interrogarem-se:

“Tomo conta deste templo? Cuido do templo com o meu serviço? Aproximo-me para ajudar, vestir e consolar aqueles que precisam?”, questionou o Papa.

Neste ponto Francisco recuperou São João Crisóstomo que “repreendeu aqueles que fizeram tantas ofertas para decorar, embelezar o templo físico e não cuidavam dos necessitados”. Para o Papa é importante “purificar o seu templo”, mas é não menos importante percecionar que com o “serviço gratuito servimos o próprio Jesus” que está nos mais necessitados.

Como terceiro ponto o Papa apontou a “gratuidade” no serviço “do templo” e mostrou-se triste em pensar “em paroquias onde existem listas de preços para sacramentos”:

“É uma falta de gratuidade, e lembra o comercio, como que num supermercado”, lamentou.

“Deus salvou-nos livremente, não se fez pagar de coisa nenhuma”.

No final o Papa pediu: “Que sejamos Igrejas de serviço, Igrejas livres, onde a salvação chegue a todos de maneira gratuita e não igrejas supermercados”.

Educris com Osservatore Romano



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades