Líbia: Indignação pela venda de seres humanos como escravos
Imagens de um mercado onde migrantes na Líbia estavam a ser vendidos por cerca de 400 euros, provocou uma onda de indignação no mundo e veio relançar a questão da escravatura nos tempos atuais.
As imagens foram reveladas numa reportagem da CNN, uma estação de televisão norte-americana, e vieram chamar também a atenção da comunidade internacional para a situação em que se encontra este país desde o fim da ditadura de Kadhafi, em 2011.
A erupção de diversos grupos armados que procuram o controlo de diversas regiões da Líbia provocou o caos e transformou este país numa gigantesca plataforma em que migrantes e refugiados oriundos essencialmente de diversas regiões de África tentam chegar à Europa.
Os que não conseguem pagar as verbas exorbitantes que normalmente são exigidas pelas redes de tráfico humano acabam em condições miseráveis, presos e maltratados, até que as suas famílias consigam resgatá-los.
Ou então, são simplesmente vendidos como se fossem uma mercadoria. A reportagem da CNN apontava a existência de mercados de escravos em pelo menos nove cidades líbias.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, afirmou entretanto que é necessário agir e levar os criminosos que sustentam este mercado de escravos “à justiça”.
“A escravidão não tem lugar no mundo. O que aconteceu na Líbia representa um dos abusos aos direitos humanos mais revoltantes e pode ser considerado como um crime contra a humanidade”, disse António Guterres numa declaração aos jornalistas em Nova Iorque.
António Guterres fez também um forte apelo à comunidade internacional para que se una na luta contra esta situação, apelando a todos os países para atacarem “as raízes do problema”.