Aveiro/Ecumenismo: «Diálogos na cidade» recontam reforma em conjunto

Inciativa da Comissão Diocesana da Cultura de Aveiro (CDC) refletiu sobre os 500 anos da Reforma Protestante e contou com a presença do bispo da guarda e de teóloga presbiteriana.

«O que motivou a reforma protestante? como pode o diálogo ecuménico funcionar no novo mapa cristão do mundo? E como é que católicos e protestantes são capazes de contar juntos a história da Reforma? » foram três das perguntas refletidas por D. Manuel Felício, bispo da Guarda e Eva Michel teóloga e pastora presbiteriana na conferência que assinalou o quinto centenário da reforma de Lutero. O salão nobre do teatro Aveirense encheu numa sessão do «Diálogos na Cidade» que teve como moderador o jornalista António Marujo.

A teóloga Eva Michel começou por afirmar que o que motivou a Reforma não foi apenas a vontade de um homem. Nem foram, tão pouco, apenas questões religiosas, mas “políticas e culturais”:

"A separação concretizou-se não tanto por causa da fé, mas sobretudo pela incapacidade de escuta de ambos os lados da contenda". 

A este propósito recordou os cinco imperativos finais para católicos e luteranos: ambos devem partir sempre “da perspectiva da unidade e não da perspectiva da divisão”; precisam de se deixar “transformar continuamente pelo encontro com o outro e pelo testemunho mútuo da fé”; devem comprometer-se “na busca da unidade visível, para compreenderem juntos o que isso significa em termos concretos, e buscar sempre de novo esse objectivo”; devem procurar redescobrir juntos “a força do Evangelho de Jesus Cristo para o nosso tempo”; e também devem, quer na pregação quer no serviço ao mundo, “testemunhar juntos a graça de Deus”.

D. Manuel Felício afirmou que a Europa atual resulta, em grande medida, da "Reforma protestante":

"Conjugar unidade com diversidade é um dos desafios do actual processo de diálogo ecuménico, que começou há cem anos. Não obstante os avanços doutrinais já verificados na aproximação mútua entre católicos e luteranos nem sempre a base está de acordo com os avanços teológicos", apontou.

Perante os novos movimentos cristãos o também presidente da Doutrina da Fé afirmou que "o diálogo ecuménico deve ser expressão da pluralidade do cristianismo e já não apenas da Reforma", acrescentou.

Educris|30.10.2017



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