Paquistão: Convertida ao cristianismo alvo de ameaças de morte

Uma muçulmana paquistanesa, casada e com dois filhos, foi ameaçada de morte depois de se ter convertido ao cristianismo.

A ameaça partiu de grupos extremistas e da sua própria família, que a obrigaram a esconder-se com receio do que viesse a acontecer.

Segundo o advogado Sardar Mushtaq Gill, que defende os direitos dos cristãos no Paquistão, esta mulher, que se encontra grávida, corre mesmo risco de vida, assim como o seu marido – que é cristão – e os dois filhos.

Citado pela agência Fides, o advogado afirmou que “o Estado deve proteger e salvar as pessoas que exercem a sua liberdade de consciência”, referindo que este é um caso concreto – mais um – de “intolerância e violência” motivada pela religião.

Mushtaq Gill disse mesmo que se as autoridades não garantirem a segurança desta mulher – cuja identidade foi preservada – e da sua família, “dificilmente eles sobreviverão”.

A apostasia – renúncia a uma religião ou à fé religiosa – não é punível, no entanto, no Paquistão, ao contrário do que acontece em outros países como o Afeganistão, Irão, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Somália ou Sudão, por exemplo.

No entanto, no Paquistão as pessoas podem ser acusadas e condenadas por blasfémia, o que não é o caso desta mulher.

O facto de a lei não contemplar a apostasia entre os crimes puníveis, isso não significa que, na prática, não tenham ocorrido “homicídios extrajudiciais”, como alertou, também, o advogado Mushtaq Gill.

De qualquer forma já houve uma tentativa, em 2007, de incluir a apostasia entre os crimes passíveis de pena de morte no Paquistão, mas essa iniciativa foi chumbada, então, no Parlamento.

Educris com Fundação AIS

29.09.2017



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