Porto: A educação da Inteligência Espiritual é um direito inalienável

Especialista em Inteligência da Espiritualidade Francesc Torralba esteve o Porto, a convite da Fundação Manuel Leão, onde apresentou o tema a mais de 150 professores.

«A inteligência espiritual no contexto escolar» foi o tema da formação promovida pela Fundação Manuel Leão, em parceria com algumas escolas católicas do Porto.

Na conferência de abertura dos trabalhos o diretor da cátedra Ethos de ética aplicada na Universitat Ramón Llull, Francesc Torralba, começou por afirmar que “a inteligência é de particular importância para os agentes educativos” e apontou “modelos educativos” em diversos países “onde este tipo de inteligência é trabalhado de maneira sistemática” de modo a cumprir de maneira plena o proposto no artigo segundo da Declaração Universal dos Direitos das crianças”, apontou.

O especialista traçou o “longo caminho de descoberta das múltiplas inteligências” a partir dos estudos de Gardner e Goleman:

“A partir de 1983 fomos alterando o conceito de inteligência. Os estudos de Gardner fizeram-nos entender que não existe um binómio para as questões da inteligência mas sim que existem pessoas com características e inteligências diferentes”.

Deste modo, apontou, “torna-se necessário estimular as novas gerações para que coloquem em uso o potencial que trazem consigo nas múltiplas inteligências”.

Francesc Torralba considerou que a “escola e a família” devem constituir-se como “esferas que estimulam as novas gerações a desenvolver todas as suas capacidades e não a atrofiar essas mesmas capacidades”.

Ao abordar a questão da Inteligência Espiritual o professor catedrático convidou os docentes a perceber que “estamos perante uma modalidade da inteligência e não de religiosidade ou de fé”:

“Trata-se de desenvolver um modo da inteligência que já existe em cada um, como a inteligência linguística ou a hipotético-matemática, independentemente do que creem ou não creem”, sustentou.

Esta “confusão” de pressuposto leva a “termos hoje alunos que são analfabetos espirituais. Desenvolveram-se na rede de uma maneira muito rápida. Mas, por exemplo, dentro de uma igreja não percebem nada. Isto acontece porque não se cultivou a Inteligência Espiritual. O Potencial está lá mas ficou atrofiado”.

O não desenvolvimento da Inteligência Espiritual tem acontecido por “uma não superação da história”:

“Em alguns países a palavra espiritualidade tem boas conotações. No entanto se o afirmas em Espanha ou Itália, automaticamente se associa a religião. E para alguns a religião é o cancro da sociedade. O que já deveria ter sido superado pela história. Muitos tem medo que seja uma tentativa de colonizar a consciência do outro. É preciso reivindicar a espiritualidade fora da religião”, apontou.

Para Francesc Torralba a educação da espiritualidade faz parte da Declaração Universal dos direitos da Criança quando se afirma “a questão da educação integral” onde cabe a educação “somática, matemática e espiritual”.

Educris|13.07.2017



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