Sudão do Sul: Relatório levanta possibilidade de "crimes contra humanidade"

Um relatório das Nações Unidas publicado na passada sexta-feira vem revelar a existência de sistemática violação dos direitos humanos no Sudão do Sul, em especial na região de Yei, situada no estado de Equatória Central.

De acordo com a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) os "bombardeamentos, incêndios, assassinatos e violência sexual, são alguns dos dados compilados neste relatório das Nações Unidas que compreende o período entre o mês de Julho do ano passado e Janeiro deste ano".

Como pano de fundo a esta situação de grave atropelo aos direitos humanos, está o conflito entre o ex-vice-presidente Riek Machar e o presidente Salva Kiir, que se traduz, na verdade, num conflito complexo entre as duas principais etnias existentes no país: os nuer e os dinka. 

A cidade de Yei fica situada a cerca de 150 quilómetros da capital, Juba. No documento agora tornado público pela ONU, são referidos diversos episódios de violência, alguns dos quais podem mesmo “constituir crimes de guerra ou contra a humanidade”, sendo defendido, por isso, que se proceda a uma investigação ainda mais desenvolvida. 

Nos casos que remetem para “crimes de guerra”, são referidos “bombardeamentos indiscriminados a civis, assassinatos, saques e incêndios a propriedades da população”, assim como “violência sexual a mulheres e meninas”, incluindo as que estariam “a fugir dos combates”.

Calcula-se que mais de metade da população de Yei, calculada em cerca de 300 mil pessoas, tenha abandonado a região. O relatório das Nações Unidas fala em “profundo sofrimento humano causado pelo conflito em curso” e alerta para o “alto nível de impunidade” no Sudão do Sul, demonstrando, através do recurso a imagens de satélite, em vastas regiões devastadas em resultado da violência e dos ataques exercidos contra as populações civis.

Educris com AIS



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