Direitos Humanos: Um em cada três países tem violações à liberdade religiosa

Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apresentou hoje relatório com informações de 196 países do mundo inteiro

O relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo (RLRM) 2021, fundação pontifícia, Ajuda à Igreja que Sofre [AIS/ACN], indica que a liberdade religiosa sofre graves violações num em cada três países.

Apresentado em Lisboa ao final do dia de hoje por Guilherme d’Oliveira Martins, o documento recolhe informações em todo o mundo e indica que o direito fundamental à liberdade religiosa não foi respeitado em 62 (31,6%) dos 196 países do mundo entre 2018 e 2020.

Em 26 países as pessoas sofrem perseguição, e em 95% deles, a situação tornou-se ainda pior durante os últimos dois anos.

Nove países aparecem nesta categoria pela primeira vez: sete em África (Burquina Faso, Camarões, Chade, Comores, República Democrática do Congo, Mali e Moçambique) e dois na Ásia (Malásia e Sri Lanka).

Radicalização crescente no continente africano

As estatísticas apresentadas apontam para uma clara e crescente radicalização do continente africano, especialmente na África subsariana e Oriental, onde tem havido um aumento dramático da presença de grupos jihadistas.

As violações à liberdade religiosa, incluindo perseguições graves, tais como assassínios em massa, ocorrem atualmente em 42% de todos os países africanos: Burquina Faso e Moçambique são apenas dois exemplos sensíveis.

Também aumento das redes islamitas transnacionais que se estendem do Mali a Moçambique na África subsariana, às Comores no Oceano Índico, e às Filipinas no Mar do Sul da China, com o objetivo de criar um "califado transcontinental" tem tendência crescente e visível nos diferentes territórios.

Na China as limitações à liberdade religiosa parece ter ganho um novo “aliado” com o partido comunista chinês a oprimir grupos religiosos com a ajuda de 626 milhões de câmaras de vigilância e scanners para smartphones otimizados com Inteligência Artificial.

O relatório estima que cerca de 67% da população mundial, cerca de 5,2 mil milhões de pessoas, vivam em países onde existem graves violações à liberdade religiosa, incluindo as nações mais povoadas, China, Índia e Paquistão. Nelas as minorias religiosas são as mais visadas.

A Ocidente cresce o que o papa Francisco apelidou de “perseguição educada”, relegando a religião “aos recintos fechados das igrejas, sinagogas ou mesquitas”.

Publicado pela primeira vez em 1999, o relatório bienal analisa até que ponto o direito humano fundamental à liberdade religiosa, protegido pelo Artigo 18º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é respeitado para todas as religiões nos 196 países do mundo.

Educris|20.04.2021



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