Ecumenismo: «A esperança é um convite a mudar o nosso olhar», irmão Aloïs
Responsável pela comunidade de Taizé desafia jovens a discernir razões de esperança
Mais de 150 grupos, espalhados pelo mundo, participam no 43º Encontro Europeu que a comunidade ecuménica de Taizé organiza, até ao próximo dia 1 de janeiro, numa inédita edição online provocada pela pandemia Covid-19.
No final da oração desta tarde o irmão Aloïs, prior da comunidade ecuménica, dirigiu-se aos participantes para afirmar que “face a um futuro que parece tão instável e por vezes muito sombrio” é urgente discernir razões para ter esperança, como uma força que nos é dada no meio da fragilidade”.
Recordando o texto «Manter a esperança em tempo propício e fora dele - Uma Mensagem para 2021» o prior da comunidade apontou as consequências da pandemia em todo o mundo.
“Esta pandemia revela as profundas fragilidades da nossa humanidade. Muitos foram tocados pela doença, pela provação da morte de um ente querido ou também pela solidão. E para muitos, talvez até para alguns de vocês, as restrições têm sido difíceis de viver”, lamentou.
Aos jovens o irmão Aloïs reforçou a ideia de que “há muitas testemunhas de solidariedade” que nos “ajudam a acreditar que Deus não nos está a abandonar na provação atual” e destacou o papel da esperança cristã no meio da situação pandémica.
“A esperança segundo o Evangelho, longe de ser uma confiança ingénua, é um convite a mudar o nosso olhar, a reavivar esta confiança que nos vem de Cristo: ele partilhou a nossa condição humana até ao extremo sofrimento da cruz, abrindo assim um caminho de vida”, sustentou.
Pedindo orações “pelos que vivem na precariedade ou no isolamento, às crianças que sofrem, a todos os que são vítimas de violência ou de guerra, aos exilados e refugiados”, o religioso citou a carta encíclica Fratelli tutti, do Papa Francisco, reforçou a ideia de que “devemos tomar consciência de que somos uma só família humana, de que precisamos uns dos outros”.