Covid-19: Papa reza por «Uma Europa Unida» (C\vídeo)
Francisco afirmou que “rezar é lutar com Deus” e lembrou função dos diáconos e dos bispos
“Nos últimos dois dias, houve duas comemorações: o 70º aniversário da Declaração de Robert Schumann, que iniciou a União Europeia, e também a comemoração do fim da guerra. Hoje pedimos ao Senhor que a Europa cresça unida nesta unidade que faz crescer, todos os povos, na unidade e na diversidade”, pediu, o Papa Francisco, no início da eucaristia a que presidiu, neste V Domingo da Páscoa, no Vaticano
Na sua homilia, e meditando sobre a passagem do evangelho de São João, onde Jesus afirma que quem Nele acredita fará obras maiores do que Ele, o papa explicou que tal mensagem é “uma declaração para o acesso ao Pai” pois “o que pedir-te ao Pai em meu nome eu vos darei”.
“Podemos afirmar que esta passagem do evangelho de João é uma declaração de acesso ao Pai. O Pai esteve sempre presente na vida de Jesus, e Jesus, quando os discípulos pedem que lhes ensine a rezar Jesus dá-lhe o Pai-Nosso”.
Rezar: a necessidade da coragem e da confiança
A oração de Jesus revela “a sua confiança total” no Pai pois “para rezar é preciso coragem, é preciso franqueza. A mesma que é requerida para anunciar”
“Vemos isso em Abraão, que luta com Deus, ou em Moisés que ouça o ‘não’ a Deus. Rezar é lutar com Deus”, apontou.
Para Francisco a “coragem” é um pressuposto da oração pois “a falta de coragem é uma falta de respeito”.
“Orar é chegar com Jesus ao Pai, que dará tudo. Coragem na oração, franqueza na oração. Porque o Pai é capaz de tudo. Acreditar na omnipotência da oração”, explicitou.
A tarefa do Bispo: Orar e pregar
Tomando, em seguida, para meditação, o trecho do livro dos Atos dos Apóstolos que apresenta um “conflito entre a igreja primitiva” Francisco constatou que “está visto que o murmúrio é um hábito antigo na Igreja”.
“Pedro toma a palavra e ‘inventa’ os diáconos para que estejam ao serviço. O diácono é o guardião do serviço na Igreja”, explicou.
Para os apóstolos ficou reservada “a oração e o anúncio da Palavra. Isto é o dever dos bispos. Rezar e pregar, com esta força que vemos no evangelho. Com a coragem de lutar pelo seu povo. A primeira missão de um bispo é anunciar a Palavra”, apontou.
“Conheci um dia um ‘santo pároco’ que fazia sempre a mesma pergunta ao seu bispo: «Excelência quantas horas reza por dia?». E lembra sempre o bispo da sua primeira tarefa «que era rezar»”.
“Porque é a oração do chefe da comunidade pela comunidade, a intercessão ao Pai para proteger o povo".
O povo de Deus, ao ver “o bispo rezar começa a rezar. Porque o Espírito Santo ensina que é Deus quem 'faz as coisas'. Fazemos um pouco, mas é ele quem 'faz as coisas' da Igreja, e a oração é o que traz a Igreja para diante. Para isso os bispos devem levar adiante com a oração”.
"É triste - observou Francisco - ver bons bispos, pessoas boas, boas, mas ocupadas em muitas coisas, na economia, e nisto e naquilo…a Oração em primeiro lugar. Depois o restante. Mas quando outras coisas tiram espaço à oração, algo não funciona”.
No final o Papa concluiu afirmando que “a Igreja continua em oração, a coragem da oração, porque a Igreja sabe que sem este acesso ao Pai não pode sobreviver".