Papa reza pelos «artistas» lembra a sua importância (C\vídeo)

Francisco lembrou que o cristianismo é ‘pertença’ mais do que uma ética ou uma doutrina

Ontem recebi uma carta de um grupo de artistas: agradeciam a oração que fizemos por eles. Gostaria de pedir ao Senhor que os abençoe porque os artistas nos fazem compreender o que é a beleza e sem a beleza o Evangelho não pode ser compreendido. Rezemos mais uma vez pelos artistas”, disse o papa no início da celebração eucarística a que presidiu hoje, no Vaticano.

Na sua homilia, e retomando o trecho dos Atos dos Apóstolos onde Paulo ensina na sinagoga de Antioquia Francisco lembrou que o discurso de Paulo mostra que “por detrás de Jesus existe uma história.

“O que está por detrás de Jesus? Há uma história. Uma história de graça, uma história de eleição, uma história de promessa”, afirmou.

Para o Papa o cristianismo “é uma história de pertença” e não apenas “uma doutrina ou uma ética” recusando uma visão “elitista” para o mesmo.

“O Cristianismo é pertença a um povo, a um povo escolhido livremente por Deus. Se não tivermos esta consciência de pertença a um povo seremos cristãos ideológicos, com uma pequena doutrina de afirmação da verdade, uma ética, uma moral - está bem - ou uma elite. Sentimo-nos parte de um grupo escolhido por Deus - os cristãos - os outros irão para o inferno ou se forem salvos é pela misericórdia de Deus, mas eles são os descartados... E assim por diante. Se não tivermos a consciência de pertença a um povo, não somos verdadeiros cristãos”, constatou.

Para o papa é fundamental “a memória de pertencer à grande promessa” como pertença do “santo povo de Deus”.

“Impressiona-me sempre o trecho do Deuteronómio, acho que é o capítulo 26, quando diz: «Uma vez por ano, quando fores apresentar as tuas oferendas ao Senhor, as primícias, e quando o teu filho te perguntar: “Pai, por que fazes isto?”, não lhe deves dizer: “Porque Deus mandou”, não: “Éramos um povo, éramos assim, e o Senhor nos libertou...”» (cf. Dt 26, 1-11). Contar a história, como fez Paulo. Transmitir a história da nossa salvação”, situou.

Francisco considerou que “o maior desvio dos cristãos” passa pela “falta de memória, da pertença a um povo. Um povo pecador que caminha atrás de uma promessa, mesmo que muitas vezes não a cumpra, mas tem consciência dela”, apontou.

No final o papa rezou pedindo ao Senhor “esta consciência de povo como tão bem cantou Nossa Senhora e Zacarias”.

Educris|07.05.2020



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