Ética/Eutanásia: Declaração contra a eutanásia assinada no Vaticano
Documento assinado no Vaticano com conributos de Católicos, Judeus e Muçulmanos
Uma "declaração histórica" foi hoje ratificada no Vaticano numa cerimónia que reuniu católicos, judeus e muçulmanos que juntos assinaram uma declaração conjunta contra a eutanásia e o suicídio medicamente assistido.
No documento, tornado público pelo próprio Vaticano, apela-se à proíbição "sem exceções" destes dois procedimento e critica-se um "humanismo laico" que não tem em conta "a sacralidade da pessoa".
Para os signatários do texto a sociedade deve garantir “que o desejo do paciente de não ser um fardo do ponto de vista financeiro” não o leve a escolher a morte, “em vez de querer receber os cuidados e o apoio que lhe permitam viver o tempo que lhe resta em conforto e tranquilidade ”.
Em vez dos procedimentos de "eutanásia e suicídio medicamente assistido" os representantes religiosos pedem "uma promoção dos cuidados paliativos, em várias dimensões: física, emocional, social, religiosa e espiritual".
Do lado oposto à eutanásia e ao suicídio medicamente assistido o "encarniçamento terapêutico" é refutado e é legitimada a "decisão de recusar tratamentos médicos que não fariam nada além de prolongar uma vida precária, gravosa e sofrida", lê-se no documento.
Em Portugal, no ano passado, oito membros do «Grupo de Trabalho Inter-religioso para a Saúde» haviam assinado documento semelhante que fizera chegar ao presidente da República,
Já hoje, e em declarações à Rádio Renascença, o padre José Nuno Silva, antigo coordenador do grupo de trabalho Inter-religoso para a Saúde em Portugal, considerou o novo documento "muito importante" porque "oferece um quadro claro de reflexão sobre esta matéria, pondo os fundamentos onde eles devem ser postos, e estabelecendo orientações muito claras sobre como a sociedade se deve situar face aos seus membros que se encontram em fim de vida".