Macedónia: Da «fome de pão» ao «milagre da fraternidade»

Papa lembrou importância de fundar a vida “em Jesus encarnado na eucaristia e nos pobres” à semelhança de Madre teresa de Calcutá.

Na homilia da eucaristia a que presidiu hoje em Skopje, Macedónia do Norte, o Papa Francisco afirmou que é preciso multiplicar o “milagre da fraternidade”, para ir ao encontro de quem tem “fome de pão, fome de fraternidade, fome de Deus”, nas pegadas de Madre tersa de Calcutá.

Ao comentar o evangelho em que Jesus afirma que quem a ele vem “nunca mais terá fome” o Papa argentino afirmou que Jesus “consegue desafiar a mesquinhez dos nossos cálculos, a mediocridade das nossas expetativas e a superficialidade dos nossos intelectualismos” colocando “em discussão as nossas perspetivas e as nossas certezas, convidando-nos a passar a um horizonte novo que dá espaço a um modo diferente de construir a realidade”.

Para Francisco as populações que conviveram com o mestre “descobriram que a fome de pão tinha também outros nomes: fome de Deus, fome de fraternidade, fome de encontro e de festa partilhada”.

Perante milhares de fiéis, e na terra de Madre Teresa, o Papa usou o exemplo da «santa das sargetas» como é popularmente conhecida, para sustentar uma vida “sobre dois pilares: Jesus encarnado na Eucaristia e Jesus encarnado nos pobres! Amor que recebemos, amor que damos”.

Na homilia o Papa atualizou o dado do evangelho para sustentar que hoje o mundo se habituou a “comer o pão duro da desinformação” e, deste modo, se termina “como prisioneiros do descrédito, dos rótulos e da infâmia; julgamos que o conformismo saciaria a nossa sede, e acabamos por nos dessedentar de indiferença e insensibilidade; alimentamo-nos com sonhos de esplendor e grandeza, e acabamos por comer distração, fechamento e solidão; empanturramo-nos de conexões, e perdemos o gosto da fraternidade. Buscamos o resultado rápido e seguro, e encontramo-nos oprimidos pela impaciência e a ansiedade. Prisioneiros da virtualidade, perdemos o gosto e o sabor da realidade”, advertiu.

Para “quebrar os estereótipos” o Papa desafiou os fiéis a partilhar com os outros misericórdia de Deus com gestos de “amor concreto e palpável”, de “ternura e compaixão” e a declarar-se “faminto” “do pão da vossa Palavra capaz de abrir os nossos fechamentos e as nossas solidões”.

Na manhã deste terceiro dia de visita à Bulgária e Macedónia destaque para a presença do Papa, logo pela manhã, no Memorial a Madre Teresa de Calcutá.

Da parte da tarde Francisco participa num encontro ecuménico e inter-religioso com jovens seguido por uma audiência com sacerdotes, religiosos e seus familiares, na catedral local.

Num país ainda marcado pela herança ao ateísmo comunista os cerca de 15 mil católicos da Macedónia do Norte representam apenas 0,72% da população total do país.

Educris|07.05.2019

Imagem: Vatican.va



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