Ângelus: Os 5 «remédios» para vencer a tentação

Antes da recitação do Ângelus o Papa meditou sobre o evangelho do domingo e recordou os crentes de que com o "diabo não se dialoga". O papa apresentou, ainda, "5 remédios contra a tentação".

Leia, a íntegra, a alocução do Santo Padre

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho deste primeiro domingo da Quaresma (cf. Lc 4, 1-13) narra a experiência das tentações de Jesus no deserto. Depois de jejuar durante quarenta dias, Jesus é tentado três vezes pelo diabo. Primeiro ele convida-o a transformar uma pedra em pão (v. 3); depois mostra-lhe, do alto, os reinos da terra e oferece-se para o tornar um messias poderoso e glorioso (v. 5-6); finalmente, ele leva-o ao topo do templo em Jerusalém e convida-o a lançar-se de lá para manifestar o seu poder divino de uma maneira espetacular (v.9-11). As três tentações indicam três caminhos que o mundo propõe ao prometer sempre grandes êxitos, três caminhos para nos enganar: a ganância do poder – o ter, ter, ter – a glória humana e a instrumentalização de Deus. São três caminhos que nos levarão à ruína.

O primeiro, o caminho da ganância de possuir. Esta é sempre a lógica insidiosa do diabo. Começa com a necessidade natural e legítima de comer, viver, realizar-se, de ser feliz, para nos levar a acreditar que tudo isto é possível sem Deus e até mesmo contra ele, mas Jesus opõe-se dizendo: «Está escrito: Nem só de pão vivem O homem» (v. 4). Recordando a longa jornada do povo eleito pelo deserto, Jesus afirma que deseja abandonar-se com plena confiança à providência do Pai, que cuida sempre dos seus filhos.

A segunda tentação: o caminho da glória humana. O diabo diz: «Se me adorares, tudo será teu» (v. 7). Alguém pode perder toda a sua dignidade pessoal, se se permitir ser corrompido pelos ídolos do dinheiro, do sucesso e do poder, para obter autoafirmação. E saborear-se a embriaguez de uma alegria vazia que logo desaparece. E isto também nos leva a desfilar, vaidade, mas desaparece. É por isso que Jesus responde: «Adorarás o Senhor teu Deus e só a ele adorarás» (versículo 8).

E então a terceira tentação: instrumentalizar Deus para o seu próprio benefício. O diabo que, citando a Escritura, convida-o a obter de Deus um milagre incrível, Jesus opõe novamente com a firme decisão de permanecer humilde, permanecendo comprometido novamente com o Pai: «Está escrito: 2Não tentarás o Senhor teu Deus”» (v 12). E assim rejeita a tentação talvez mais subtil: a de querer "colocar Deus ao nosso lado", pedindo-lhe graças que, na verdade, sirvam e sirvam para satisfazer o nosso orgulho.

Estes são os caminhos que nos apresentam, com a ilusão de sermos capazes de alcançar sucesso e felicidade. Mas, na realidade, eles estão completamente alheios ao modo de agir de Deus; na verdade, eles separam-nos de Deus, porque são obra de Satanás. Jesus, enfrentando estas provações na primeira pessoa, supera a tentação três vezes para aderir completamente ao plano do Pai. E indica os remédios: a vida interior, a fé em Deus, a certeza do seu amor, a certeza de que Deus nos ama, que é Pai, e com esta certeza superaremos todas as tentações.

Mas há uma coisa sobre a qual gostaria de chamar a atenção, uma coisa interessante. Jesus ao responder ao tentador não entra em diálogo, mas responde aos três desafios apenas com a Palavra de Deus. Isso ensina-nos que com o diabo não se dialoga, não se deve dialogar, só se lhe responde com a Palavra de Deus.

Aproveitemos então a Quaresma, como um tempo privilegiado para nos purificarmos, para experimentar a presença consoladora de Deus na nossa vida.

A intercessão materna da Virgem Maria, ícone da fidelidade a Deus, nos sustente no nosso caminho, ajudando sempre a rejeitar o mal e a acolher o bem.

Tradução educris a partir do original em Italiano



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