Ângelus: «As três maneiras» de reagir à «Luz de Jesus»

Os diferentes modos de reagir à «epifania» de Jesus foi o centro da reflexão do Papa Francisco antes da recitação da oração mariana do Angelus. O Papa lembrou aos fiéis que a salvação "de Jesus vem para todos" e apresentou os magos como "representantes dos povos longe da fé judaica" que "estava, abertos à novidade da salvação, em Jesus".

Leia, na íntegra, a alocução do Papa Francisco.

 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje, solenidade da Epifania do Senhor, é a festa da manifestação de Jesus, simbolizada pela luz. Nos textos proféticos, esta luz é promessa: promete-se a luz. De facto Isaías dirige a Jerusalém estas palavras: «Levanta-te, veste-te de luz, porque a vossa luz está a chegar, a glória do Senhor brilha sobre ti» (60, 1). O convite do profeta - levantar-se porque a luz vem - parece surpreendente, porque é colocado no rescaldo do duro exílio e na grandiosa perseguição que as pessoas haviam experimentado.

Este convite, hoje, também ressoa para nós que celebramos o Natal de Jesus e encoraja-nos a nos deixarmos alcançar pela luz de Belém. Nós também somos convidados a não parar com os sinais externos deste acontecimento, mas a partir dele percorrer em novidade de vida o nosso caminho de homens e de crentes.

A luz que o profeta Isaías havia predito, está presente e cumpre-se no Evangelho. E Jesus, nascido em Belém, a cidade de David, veio trazer a salvação aos que estão perto e aos que estão longe: a todos. O evangelista Mateus mostra diferentes maneiras pelas quais alguém pode encontrar-se com Cristo e reagir à sua presença. Por exemplo, Herodes e os escribas de Jerusalém têm um coração duro, que persiste e recusa a visita daquela criança. É uma possibilidade: fechar-se à luz. Eles representam aqueles que, mesmo nos nossos dias, temem a vinda de Jesus e fecham os seus corações aos irmãos e irmãs que precisam de ajuda. Herodes tem medo de perder o poder e não pensa no verdadeiro bem do povo, mas no seu próprio interesse pessoal. Os escribas e os líderes do povo têm medo porque não conseguem ver para além das suas próprias certezas, deixando assim de compreender a novidade que está em Jesus.

Por outro lado, a experiência dos Magos é muito diferente (Mt 2: 1-12). Vindos do Oriente, eles representam todos os povos longe da fé judaica tradicional. No entanto, eles deixam-se guiar pela estrela e enfrentam uma longa e arriscada jornada para chegar ao destino e conhecer a verdade sobre o Messias. Os Magos estavam abertos à "novidade" e revelaram a maior e mais surpreendente novidade da história: Deus fez-se homem. Os Magos prostram-se diante de Jesus e oferecem-lhe presentes simbólicos: ouro, incenso e mirra; porque a busca do Senhor implica não apenas a perseverança no caminho, mas também a generosidade do coração. E finalmente retornaram «para o seu país» (v. 12); e diz o Evangelho que eles retornaram por "outro caminho". Irmãos e irmãs, sempre que um homem ou uma mulher encontra Jesus, muda de atitude, volta à vida de uma maneira diferente, volta renovado "por outro caminho". Eles retornaram "para o seu país" carregando dentro de si o mistério daquele rei humilde e pobre; podemos imaginar que eles contaram a todos a experiência vivida: a salvação oferecida por Deus em Cristo é para todos os homens, próximos e distantes. Não é possível "tomar posse" daquela Criança: Ele é um Dom para todos.

Também nós, façamos um pouco de silêncio no nosso coração e deixemo-nos iluminar pela luz de Jesus que vem de Belém. Não permitamos que os nossos medos fechem os nossos corações, mas tenhamos a coragem de nos abrir para esta luz que é leve e discreta. Então, como os Reis Magos, nós experimentaremos «uma grande alegria» (v. 10) que não seremos capazes de guardar para nós. Que a Virgem Maria nos sustente neste caminho, a estrela que nos leva a Jesus e a Mãe que mostra Jesus aos Magos e a todos os que se aproximam dela.

Tradução Educris a partir do original em Italiano

06.01.2018



Newsletter Educris

Receba as nossas novidades